Lula anuncia nesta semana indicados para diretoria do Banco Central, diz Haddad; veja os cotados
Cargos de diretor de Política Monetária e de Fiscalização estão vagos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta terça-feira (2), que a definição dos dois novos diretores do Banco Central será feita nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dentro do governo, são ventilados quatro nomes para a diretoria de Política Monetária, de acordo com auxiliares de Lula ouvidos pelo Globo. O cargo tem posição de destaque no debate sobre a taxa básica de juros durante as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Ele também se relaciona com o mercado e com as operações de dólar.
Estão no páreo Igor Rocha, Marcello Negro, Paulo Gala e Rodolfo Fróes.
Rocha é o atual economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, com doutorado em Desenvolvimento Econômico pela Universidade de Cambridge.
Para uma ala do governo, Rocha é visto como alguém que poderia fazer um contraponto ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, dentro do Copom na definição da taxa de juros.
Marcello Negro, por sua vez, é assessor especial da Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda — portanto, ligado ao secretário Gabriel Galípolo, braço-direito de Haddad. Antes, foi diretor do banco Fator, onde Galípolo foi presidente.
Paulo Gala é doutor em Economia pela Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, onde é professor. Atualmente, atua como economista-chefe do Banco Master.
Fróes foi um nome já dado como certo, mas a indicação esfriou. Ele foi bombardeado por integrantes do PT. Membros do partido o acusam de ser bolsonarista, com o argumento de que ele doou para o Novo e vem do mercado financeiro.
Nas eleições de 2018, Fróes doou recursos para as campanhas de dois membros do Partido Novo, segundo informações do portal Tribunal Superior Eleitoral. Ele destinou R$ 5.000 para Paulo Ganime (RJ) e R$ 1.000 para Vinicius Poit (SP), que se elegeram deputados federais.
O futuro indicado para a Diretoria de Política Monetária irá substituir Bruno Serra, cujo mandato se encerrou no dia 28 de fevereiro. Ele permaneceu no cargo até esta segunda-feira e participou da última reunião do Copom, que manteve a taxa de juros em 13,75%.
Para a Diretoria de Fiscalização, é dado como certo o nome do servidor de carreira do Banco Central Rodrigo Monteiro. A cadeira atualmente é ocupada por Paulo Souza, cujo mandato também se encerrou em 28 de fevereiro. Esse cargo é costumeiramente ocupado por nomes de carreira do BC.
Após as indicações, eles serão sabatinados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e, seus nomes, submetidos à aprovação do plenário da Casa.