DESABAMENTO EM OLINDA

Moradores do Edifício Leme vivem expectativa por auxílio após desabamento

Prédio desabou na última quinta-feira (27), matando seis pessoas

Irineide Campos foi tentar retirar pertences do prédio - Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

Após o desabamento do Edifício Leme, localizado em Jardim Atlântico, em Olinda, na noite da última quinta-feira (27), que deixou seis vítimas fatais, moradores que perderam todos os seus pertences seguem na expectativa por auxílio dos órgãos responsáveis. 

Em nota divulgada na manhã desta quarta-feira (3), a Prefeitura de Olinda informou que o auxílio às famílias que moravam no prédio será de R$ 260, pago a partir de junho.

A Secretaria Executiva de Assistência Social informou também foi realizado mutirão nessa terça-feira (2) onde "a gestão municipal garantiu toda assistência jurídica, psicológica e social para as famílias, além da realização de cadastro para outros benefícios sociais ofertados pelas esferas estaduais e federais. Ainda durante o mutirão, foram ofertadas refeições, uma cesta básica e um kit higiene."

Moradores que se encontravam nesta manhã diante do edifício, porém, disseram que na reunião de ontem receberiam cestas básicas e R$ 400 mensais, por tempo indeterminado, para custeio de aluguel.

Desolada, Irineide Campos, de 53 anos, que era moradora do apartamento 202 ao lado da sua mãe, de 75, estava na manhã desta quarta diante do prédio para tentar resgatar alguns de seus pertences, mas, como a demolição já foi iniciada, não conseguiu recuperar nada. "Perdi todos os meus pertences no desabamento. Tudo. Roupas, micro-ondas, colchão, tudo. Cheguei aqui e não consegui resgatar nada porque já começaram a demolição e nem mesmo tentaram me devolver algo", iniciou.

"Várias coisas eu tinha acabado de comprar.Se não estivessem demolindo, eu mesma entraria e procuraria com minhas próprias mãos, mas não posso", completou.

Em momento de indefinição, Irineide está residindo na casa do noivo enquanto não recebe nenhum auxílio. A mulher trabalha como vendedora autônoma, mas, segundo ela, não está trabalhando porque perdeu toda sua mercadoria durante a demolição. No momento, recebe acolhimento por meio de doações de itens como roupas e remédios.

Ela aguarda a chegada de representantes da Caixa Seguradora,  responsável pelo Edifício, prevista para a manhã desta quarta-feira, para obter mais informações sobre a prestação de auxílios. 

Além dela, outros ocupantes do prédio estão na área em busca de respostas. Camila Jerônimo da Silva, de 32 anos, residia no prédio e relatou que também aguarda por algum auxílio, já que perdeu todos os seus pertences no desabamento. 

"É desesperador. Perdi tudo no desabamento e agora estão fazendo a demolição. Ontem [terça] o meu marido realizou nosso cadastro, com os documentos, na Prefeitura, e foi informado que receberíamos um valor de R$ 400 reais, mas até agora nada", revelou.

Camila relatou ainda que está pegando seus pertences no que restou no prédio, tudo que consegue achar. Relatou ainda que está sendo acusada por pessoas na área de que estaria furtando os ítens, mas ela negou a informação: "Eu perdi tudo aqui. Estou somente pegando o que consigo encontrar e identifico que é meu", afirmou Camila.