MST

Ministro da Agricultura diz que não há 'sentido ter invasão de terras' durante governo Lula

Fávaro afirma que reforma agrária não ocorrerá com 'invasões' e desrespeito à Lei

Carlos Fávaro - Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ressaltou, nesta quarta-feira (3), seu posicionamento contrário sobre eventuais irregularidades praticadas por integrantes do MST e argumentou que não haveria sentido ter "invasão de terras” durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Fávaro está reunido com parlamentares na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. O ministro foi convidado para apresentar as prioridades da pasta responsável pelo agro brasileiro.

— Não faz nenhum sentido em um governo, com o presidente Lula ligado aos movimentos sociais, que abre as portas do diálogo para os movimentos sociais, ter invasão de terra, desrespeitar a Lei. Terra invadida não é passivo de reforma agrária. Se quiser reforma agrária, não vai ser com invasão de terra, pelo contrário, isso vai dificultar o processo e colocar gasolina no fogo — disse.

O ministro alega que o governo de Lula está aberto para o diálogo com todos os setores da sociedade e citou como exemplo a comitiva do presidente em viagem à China com a presença do líder do MST, João Stédile, e 110 empresários.

— É papel do Estado promover, de forma ordeira, o sonho de quem pensa ter um pedaço de terra para produção de alimentos. É papel do Estado promover a reforma agrária de forma ordeira. Agora, tudo o que passa para ilegalidade nunca terá o meu posicionamento — afirma.

CPI
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) será alvo de investigação direta dos parlamentares. Na última quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deu aval à criação de três comissões parlamentares de inquérito (CPI), sendo uma delas para apurar ações do MST.

Um dos cotado para relator da CPI na Câmara é o deputado Ricardo Salles (PL-SP), que tem um histórico de confrontos com o grupo e de ligação com ruralistas.