Acusação de fraude

Alvo da PF, deputado irmão do ex-prefeito de Caxias foi à China com Lula

Gutemberg Reis (MDB-RJ) é acusado de ter fraudado o próprio cartão de vacinação

Gutemberg Reis em foto de 2021, mostrando a aplicação da vacina - Reprodução

Alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal nesta quarta-feira (3), o deputado federal e irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias Gutemberg Reis (MDB-RJ) posou para uma foto momentos antes de a vacina da Covid-19 ser aplicada em seu braço em 13 de julho de 2021.

O parlamentar é acusado de ter fraudado o seu cartão de vacinação, mesmo delito pelo qual a PF investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Hoje foi dia de vacina para mim. Chegou a minha vez. Fui vacinado no posto de saúde em Xerém, em Duque de Caxias", escreveu à época.

Atrelado à carreira política dos irmãos, o ex-prefeito Washington Reis e o deputado estadual Rosenverg Reis, o deputado citado participou de ações da família em prol da vacinação.

"Mais uma vez, começamos o dia da melhor forma possível, recebendo uma nova remessa com 7 mil doses da vacina contra a Covid-19 no Hospital Adão Pereira Nunes (Saracuruna), em Duque de Caxias, ao lado do Deputado Federal Gutemberg Reis", compartilhou Rosenverg em outubro de 2021.

Por ser vice-Presidente da Frente Parlamentar Brasil/China, no mês passado, o deputado integrou a comitiva do presidente Lula (PT) à China, o que é inclusive citado por Gutemberg em sua justificativa para a investigação. O deputado nega a fraude e alega ter dito um problema no ConectSUS, corrigido na data da viagem.

Washington Reis saiu em defesa do irmão:
— Não conheço os autos. O que tenho a dizer é que o João é um cara muito correto. Alguma confusão houve, mas não por parte dele. Tem que ver isso, se foi um funcionário. Ele não foi ouvido ainda. Estou sabendo pela mídia. Guti (o deputado Gutemberg Reis) foi intimado pela PF. Disseram até que a carteira de vacinação dele não é verdadeira. Mas tudo bem, quem não deve não teme. É só se defender e prestar contas.

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De acordo com o processo, Gutemberg Reis foi um dos beneficiados do esquema criminoso. Os dados referentes à sua falsa vacinação teriam sido incluídos no 18 de novembro de 2022.