BRIGA DE ORGANIZADAS

Polícia Civil prende nove membros de torcidas organizadas por briga na RMR

Confronto aconteceu no dia 8 de fevereiro e deixou um morto

Materiais de TOs apreendidos na operação - Foto: Divulgação/PCPE

Nove integrantes de torcidas organizadas do Recife foram presos em operação da Polícia Civil nesta quarta-feira (3). Segundo a corporação, a Operação Jogo Limpo identificou integrantes das principais torcidas do Sport e do Santa Cruz que participaram de uma briga no dia 8 de fevereiro, em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. Na ocasião, uma pessoa morreu e duas tiveram lesões corporais. 

Além dos nove mandados de prisão cumpridos, a operação mira outros dois alvos, que continuam foragidos. Doze mandados de busca e apreensão também foram cumpridos no âmbito da operação.  

De acordo com as investigações, o confronto entre os suspeitos começou quando integrantes de um grupo de organizados do Sport se reuniu no Campo da Beira Rio, no bairro de Caetés III, em Abreu e Lima, com a intenção de perseguir rivais. No entanto, segundo a polícia, a trama foi descoberta pelos membros da organizada do Santa, que prepararam uma emboscada e, em número maior, surpreenderam os integrantes da organizada do Sport. 

A briga aconteceu em um dia de jogo no Recife. No dia 8 de fevereiro, o Santa Cruz entrou em campo no Arruda contra o Fluminense-PI, em partida válida pela Copa do Nordeste. 

Segundo o delegado Raul Carvalho, da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva, confrontos do tipo costumam acontecer longe dos estádios. “São confrontos marcados pelos chamados bondes, que são grupos de bairros. Esses bondes marcam nessas regiões para tentar subjugar o outro. Para eles, o prazer é derrubar a pessoa e retirar a camisa dessa pessoa, que passa a ser um item tratado como troféu”, explicou Carvalho.

Após o confronto do dia 8 de fevereiro, uma pessoa ligada a uma organizada do Sport morreu em decorrência das agressões sofridas na briga. A investigação da Polícia Civil aponta, ainda, que um “revide” foi marcado pelo grupo agredido; o novo embate aconteceria no dia 15 do mesmo mês, mas foi interceptado pelas forças policiais. 

“Outras pessoas estão sendo investigadas. Como é um crime de multidão, cometido por 35 pessoas de um lado e 100 de outro [no confronto de Abreu e Lima], nosso objetivo é sempre individualizar a maior quantidade de condutas, então outras pessoas serão identificadas”, completou o delegado. 

Os suspeitos responderão, de forma individualizada, aos crimes de associação criminosa, lesão corporal e homicídio qualificado.

 “A gente é a favor que a torcida vá ao estádio, vá torcer, mas a gente precisa diferenciar o torcedor do membro [de torcida organizada] que está ali para causar lesões em outros, a gente não considera que essas pessoas são torcedoras”, disse Raul Carvalho, responsável pela condução das investigações.