Reservas argentinas caem a menor nível desde 2016, e EUA apoiam que FMI antecipe crédito ao país
Governo Biden está preocupado com o agravamento da crise no país sul-americano. Fernández negocia receber recursos do Fundo em junho
As reservas internacionais da Argentina caíram ao menor patamar desde 2016, à medida que o banco central recorre aos cofres públicos para defender o peso. A moeda argentina atingiu a mínima histórica no mês passado, e o governo negocia com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a antecipação de recursos.
Nas rodadas de negociações, os EUA decidiram apoiar a antecipação de crédito do Fundo à Argentina, segundo fontes da Bloomberg. Com isso, o presidente Alberto Fernández, terá ao seu lado o maior acionista do FMI, o que pode facilitar um desfecho favorável a seu pedido.
A Argentina vive uma grave crise, com inflação acima de 100%, e forte desvalorização da moeda. O peso perdeu 13% de seu valor nos mercados paralelos no último mês. O país também vive a pior seca desde 1929, dificultando a exportação de alimentos e, consequentemente, a entrada de dólares.
Diante desse cenário, a Argentina quer antecipar parcelas do financiamento de US$ 44 bilhões que havia acordado com o FMI no início do ano, assegurando o acesso a mais dinheiro antes das eleições presidenciais de outubro.
Considerando o programa atual, a próxima parcela do crédito do Fundo, de UIS$ 10,6 bilhões, seria liberada entre junho e dezembro. O que o governo de Fernández quer é antecipar este valor integralmente ou ao menos parte dele para junho.
Se conseguir negociar com sucesso um novo calendário de desembolsos com o FMI, os EUA apoiarão um novo acerto, segundo autoridades americanas ouvidas pela Bloomberg. De acordo com essas fontes, a administração Biden considera a renegociação do acordo com FMI importante para evitar o aprofundamento da crise na Argentina.