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Copom: saiba como a equipe econômica entendeu os recados do BC sobre a taxa de juros

Integrantes da equipe econômica viram comunicado do Copom dentro das expectativas e com a suavização de alguns pontos

Banco Central do Brasil - Agência Brasil

Integrantes da equipe econômica afirmam nos bastidores que esperam acenos mais claros da antecipação da queda da taxa de juros na reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A autoridade monetária manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, na reunião dessa quarta-feira.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não quis comentar publicamente o tema. A próxima reunião do Copom será em junho, quando o governo espera que o arcabouço fiscal esteja aprovado no Congresso. Dessa maneira, espera-se na equipe econômica que as incertezas relacionadas ao fiscal saiam do horizonte, possibilitando sinais claros sobre a queda dos juros.

Boa parte do mercado já espera pelo primeiro corte na Selic no segundo semestre de 2023, mas o governo quer antecipação desse ciclo. No comunicado desta quarta, o Copom ressaltou a incerteza sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso e seus impactos sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da inflação.

No entendimento de integrantes da equipe econômica, o comunicado do Copom veio dentro das expectativas e com a suavização de alguns pontos. Ao dizer que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado, o BC adicionou que esse cenário é menos provável.

O comunicado do Copom na última reunião, de março, foi classificado como “muito preocupante” por conta do tom.

O governo Lula tem criticado recorrente a taxa de juros. Nesta quinta-feira, Lula voltou a criticar o Banco Central e o presidente da entidade, Roberto Campos Neto.

— É engraçado, é muito engraçado o que se pensa neste país. Todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juros. Todo mundo tem que ter cuidado. Ninguém fala de juros, como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas — disse Lula.