Justiça investiga morte por asfixia de passageiro no metrô de NY
Jordan Neely era imitador de Michael Jackson e foi golpeado no pescoço por outro homem
A Justiça nova-iorquina investiga a morte por asfixia do cidadão negro Jordan Neely, um imitador de Michael Jackson de 30 anos, pelas mãos de um passageiro no metrô de Nova York.
A morte de Neely, derrubado no vagão por um passageiro com um golpe que comprimiu seu pescoço, na segunda-feira passada, foi gravada por passageiros, entre eles, o jornalista mexicano Juan Alberto Vázquez.
Este caso lembrou a morte por asfixia de outro homem negro, George Floyd, em 2020, quando um policial ajoelhou sobre o seu pescoço pescoço, apesar das quixas da vítima de que não conseguia respirar, e que impulsionou o movimento "Black Lives Matter" ("As Vidas Negras Importam", em inglês), uma onda de indignação que sacudiu o país.
Neely morreu por "compressão" do pescoço resultante de um "homicídio", disse o médico forense de Nova York em nota enviada à AFP.
Segundo Vázquez, a vítima entrou no metrô na estação 2ª Avenida da linha F, no Brooklyn, gritando que não tinha o que comer e beber e que estava "farto".
"Então, tirou seu casaco e jogou no chão".
Os passageiros que estavam perto se levantaram e "uma pessoa se aproximou e o controlou", contou o jornalista mexicano à AFP. No vídeo, é possível ver uma pessoa imobilizando a vítima e outras ao redor verificando seu pulso. Em um momento, Neely fala com uma delas.
"Como parte de nossa rigorosa investigação em andamento, revisaremos o laudo médico, analisaremos todos os vídeos e fotos disponíveis, identificaremos a maior parte de testemunhas possíveis e obteremos relatórios médicos adicionais", disse a promotoria de Manhattan.
Segundo a imprensa local, a pessoa que agiu sobre Neely é um militar de 24 anos que, até o momento, não havia sido detido nem acusado.
Com problemas mentais, Neely vivia nas ruas e era conhecido pela polícia, que já o havia detido dezenas de vezes, segundo a imprensa.
Nova York debate sobre como reduzir o número de pessoas com problemas mentais que vivem nas ruas.
Em novembro, o prefeito Eric Adams anunciou um plano de internação compulsória para pessoas sem-teto com problemas psiquiátricos sérios, agravados pela pandemia de covid-19.
Adams qualificou a morte de Neely como "tragédia" e também pediu prudência porque "há muitas coisas que ainda não sabemos".
A polícia confirmou que, ao chegar ao local dos fatos, os agentes "encontraram um homem de 30 anos inconsciente que foi levado ao hospital Lenox Hill Health Plex, onde sua morte foi declarada".