Dino ironiza nova dose falsa de vacina atribuída a Bolsonaro: "Três já pede música, né?"
Registro do imunizante aplicado em São Paulo foi descoberto pela CGU. Ministro do órgão se reúne nesta quinta-feira (4) com diretor-geral da PF
O ministro da Justiça, Flávio Dino, ironizou nesta quinta-feira (4) o terceiro registro falso de vacina contra Covid-19 atribuído a Jair Bolsonaro (PL). Nesta quarta-feira (3), uma operação da Polícia Federal mirou supostas fraudes no cartão vacinal do ex-presidente e de parentes e assessores dele.
— Se houver essa multiplicidade, três já pede música, né? — disse Dino ao ser perguntado sobre a descoberta da Controladoria Geral da União (CGU) de que havia mais um certificado emitido em nome do presidente, desta vez em São Paulo.
No âmbito da operação Venire, deflagrada nesta quarta-feira, a Polícia Federal descobriu duas doses de Pfizer supostamente aplicadas em Bolsonaro na cidade de Duque de Caxias (RJ). O ministro da CGU, Vinicius Marques Carvalho, se reuniu com investigadores da PF nesta quinta-feira para compartilhar as informações.
— Nós fizemos essa investigação a partir do Rio de Janeiro. Em determinado momento, a CGU fez as suas investigações e informou que, além dos casos no Rio de Janeiro, há mais um caso em São Paulo. Portanto, são situações estanques que parecem envolver o mesmo grupo — afirmou o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues. Ele disse que também vai se reunir com o ministro da CGU.
Detectada pelo órgão, a dose falsa do imunizante Janssen teria sido aplicada no presidente em uma UBS na Zona Norte de São Paulo, em 19 de julho de 2021. Bolsonaro não estaria na capital paulista nesta data. A falsa vacina gerou dois certificados de emitidos pelo ConecteSUS em dezembro de 2022 e 14 de março deste ano.
Nesta quarta-feira, Bolsonaro afirmou que nunca tomou vacina contra o coronavírus e que não tinha acesso aos dados do seu cartão de vacinação.