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Vice-presidente do PT e deputados da base estavam em Cuba em meio à derrota do governo na Câmara

Na quarta-feira (3), decreto de Lula que mudava leis do saneamento básico foi derrubado na Casa Legislativa

Parlamentares da base do governo estavam em Cuba durante derrota na Câmara - Reprodução

Em viagem oficial à Cuba, quatro deputados federais — entre eles, o vice-presidente do PT, Washington Quaquá (RJ), — deixaram de votar no dia que o presidente Lula (PT) teve sua maior derrota no Congresso Nacional até agora. Nesta quarta-feira, com 295 votos contra 136, a Câmara suspendeu dois parágrafos do decreto presidencial que atualizavam a lei de regulação do saneamento básico.

Em meio à falha na articulação do governo, Quaquá, Ricardo Abrão (União-RJ), Juninho do Pneu (União-RJ) e Valmir Assunção (PT-BA) não votaram contra a proposta, cara ao presidente. Em fotos nas redes sociais, os quatro aparecem ao lado do também parlamentar Dimas Gadelha (PT-RJ), que participou da votação via modelo semipresencial.

De acordo com informações disponibilizadas no site da Câmara dos Deputados, Juninho do Pneu, Assunção e Abrão estão em "missão autorizada" desde o dia 2 de maio. Assunção viajou para participar do Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba.

Já o vice-presidente do PT, Washington Quaquá, chegou a marcar presença à distância na quarta-feira (3), apesar de não ter votado contra a derrubada do decreto. Mesmo sem constar registro de viagem na Câmara, ele compartilhou no Instagram, nesta quinta-feira, que a comitiva em "missão oficial" celebrou o aniversário de Dimas.

Os parlamentares estiveram em agendas nas sedes do poder cubano e divulgaram registros de encontros com o ator José de Abreu e o escritor Fernando Morais.

O decreto de Lula
Como noticiou o Globo, o decreto do governo gerou insatisfação pessoal no presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e em parlamentares, que reclamavam das mudanças na lei do marco regulatório do setor, aprovada ainda no mandato de Jair Bolsonaro (PL).

O resultado foi considerado uma derrota para a base governista, que não conseguiu formar maioria, apesar dos esforços do líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE). Ele criticou publicamente os líderes de partidos que possuem ministérios e orientaram as suas bancadas a votar de maneira contrária ao decreto de Lula.