Segurança Institucional

Novo ministro diz que GSI voltará a cuidar da segurança do presidente e que efetivo será reforçado

General Marcos Amaro afirma que manifestações políticas afetaram credibilidade da pasta, "um órgão de Estado, como as Forças Armadas"

General Amaro - Marcos Corrêa/PR/arquivo

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Amaro, afirmou nesta sexta-feira (5) que o órgão voltará a cuidar da segurança pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que o efetivo responsável pelas instalações do Palácio do Planalto vai aumentar.

— Há uma sinalização do próprio presidente de que vai retornar para o GSI essa segurança imediata — disse Amaro ao Globo.

O novo ministro afirmou também que uma de suas atribuições à frente do cargo, que assumiu na quinta-feira, será retomar a “institucionalidade” do órgão. Segundo o novo chefe da pasta, manifestações políticas afetaram a credibilidade do GSI.

— Uma das minhas atribuições é restabelecer a plenitude da institucionalidade desse órgão. Forças Armadas são órgãos de Estado, e o GSI também deve ser. Tem papel institucional. Foi sempre chefiado por militares e jamais deveria ter perdido essa institucionalidade. Acho que perdeu um pouco no momento em que começaram a ter manifestações políticas. Tenho essa missão de restabelecer a institucionalidade e a confiança no GSI. Da mesma forma como o general Tomás (Paiva) está fazendo isso no Exército — disse Amaro ao Globo.

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o comando do GSI, Amaro já havia anunciado que pretende fazer uma reavaliação da estrutura do órgão nos próximos dias com o objetivo central de blindar o governo da ocorrência de novos episódios como o de 8 de janeiro.

O general da reserva foi convidado para comandar o GSI em uma reunião com Lula na manhã de quarta-feira (4) que teve também a presença do ministro da Defesa, José Múcio. Num gesto aos militares, o presidente convidou o novo ministro a acompanhá-lo em almoço com o Alto Comando do Exército, realizado naquele mesmo dia. Até maio do ano passado, Amaro foi chefe do Estado Maior, segundo cargo na hierarquia da força.

Após a saída do general Gonçalves Dias do comando do GSI no último dia 19, teve início dentro do governo uma disputa entre dois grupos: um defendia que a pasta continuasse sob o comando de um militar, como é tradição, e outro que era chegada a hora de ter um ministro civil.

O general Amaro, como é conhecido, foi uma espécie de sombra de Dilma, primeiro na Secretaria de Segurança Presidencial e, depois, como chefe da Casa Militar, órgão que exercia as funções do GSI no governo da petista. Ele ficou no posto até o impeachment em maio de 2016.

Depois, Amaro foi comandante militar do Sudeste e chefe do Estado Maior do Exército. Ele foi para a reserva em 2022 como general de quatro estrelas, o topo da carreira do Exército.