Droga

EUA confisca quase 44 milhões de comprimidos de fentanil vinculados a cartéis

Os cartéis "utilizam as redes sociais e as plataformas criptografadas para realizar suas operações e chegar nas vítimas

Pílulas - Pixabay

Os Estados Unidos prenderam mais de 3.000 pessoas associadas aos cartéis mexicanos e apreenderam quase 44 milhões de comprimidos de fentanil em uma operação que durou um ano no país, informou a Agência Antidrogas Americana (DEA) nesta sexta-feira (5).

De 1º de maio de 2022 até 1º de maio de 2023, a DEA "rastreou as redes de distribuição nos Estados Unidos que estão conectadas com os cartéis de Sinaloa e Jalisco" Nova Geração, informou em um comunicado.

Esses cartéis "utilizam redes de distribuição em várias cidades, gangues de rua locais violentas e traficantes individuais em todo os Estados Unidos para inundar as comunidades americanas com fentanil e metanfetamina, fomentar a violência, viciar e matar americanos", acusou a diretora da DEA, Anne Milgram, citada na nota.

"O que também é alarmante (é que) as redes sociais americanas são o meio pelo qual fazem isso", acrescentou Milgram, que, no passado, pediu ao governo do México "fazer mais" contra os cartéis.

Segundo ela, os cartéis "utilizam as redes sociais e as plataformas criptografadas para realizar suas operações e chegar nas vítimas".

A DEA menciona os aplicativos Facebook, Instagram, TikTok e Snapchat, assim como as plataformas criptografadas Whatsapp, Telegram, Signal, Wire e Wickr.

A agência informou que no total 1.346 investigações permitiram 3.337 prisões e o confisco de quase 44 milhões de comprimidos de fentanil, mais de 2.948 quilos de pó de fentanil e mais de 41.276 quilos de metafentamina.

As apreensões de pó e pílulas de fentanil equivalem a quase 193 milhões de doses que podem levar à morte.

Também apreenderam 8.947 armas de fogo e mais de 100 milhões de dólares (R$ 495 milhões).

Para a DEA, a prioridade é "derrotar os cartéis" mexicanos "que são responsáveis pela grande maioria do fentanil e da metanfetamina que estão matando os americanos".

Entre agosto de 2021 e agosto de 2022, foram registrados 107.735 mortes por overdose de drogas nos Estados Unidos, mais de 60% delas por opioides sintéticos como o fentanil, que chega a ser até 50 vezes mais potente do que a heroína.

Nas últimas semanas, o governo americano se mobilizou contra esta epidemia que assusta o país.

Em março, alguns congressistas republicanos pediram que os cartéis passem a ser considerados grupos "terroristas" e que se permita ao exército americano combatê-los onde quer que estejam.

Em meados de abril, os Estados Unidos culparam os Chapitos, filhos do narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, por tráfico de fentanil, e fornecedores chineses de precursores químicos necessários para fabricar o opioide.