Política

Michelle Bolsonaro defende fim da cota de gênero em evento do PL Mulher; horas depois, recua

Ex-primeira-dama e presidente nacional do diretório feminino afirmou que deseja a presença de mulheres na política 'por seu potencial'; duas horas após o evento, ela recuou nas redes sociais

Michelle Bolsonaro em cerimônia de posse do PL Mulher em SP - Reprodução

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou neste sábado que, enquanto presidente nacional do PL Mulher, deseja o fim das cotas de gênero, medida que assegura a destinação de 30% das candidaturas e recursos eleitorais a candidatas femininas. De acordo com a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a sigla deseja que as mulheres estejam na política pelo próprio "potencial". Horas após o evento, ela mudou o posicionamento nas redes sociais e afirmou ser a favor da medida.

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— Nós queremos erradicar a cota dos 30%, queremos mulheres na política pelo seu potencial — disse Michelle Bolsonaro durante a cerimônia de posse da deputada federal Rosana Valle (PL-SP) enquanto presidente do PL Mulher do diretório estadual de São Paulo.

A medida citada por Michelle é descumprida pela maior parte dos partidos que, em paralelo, tentam aprovar no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de anistia às multas. Em seu discurso, a ex-primeira-dama também ressaltou a necessidade de inclusão e a importância de sua ida à São Paulo.

— Essa é a nova primeira viagem de trabalho. Nós escolhemos São Paulo, a terra do meu amor, que sempre nos recebeu de forma especial. Obrigada pelo carinho dedicado a mim e a minha família — disse Michelle.

Nesta quinta-feira, 20 parlamentares do PL se posicionaram contra o Projeto de Lei da Igualdade Salarial. Aprovado, o texto teve apenas 36 votos.

Entre as mulheres da Câmara, apenas dez se opuseram: seis do PL. Bia Kicis (DF), Júlia Zanatta (SC), Silvia Waiãpi (AP), Carla Zambelli (SP), Chris Tonietto (RJ) e Caroline de Toni (SC) votaram contra a proposta.

O ex-presidente Jair Bolsonaro também esteve presente no evento deste sábado. A ida do antigo casal presidencial a São Paulo ocorre três dias após Bolsonaro ter se tornando alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) por participação em um suposto esquema de falsificação de cartões de vacinação. Na última quarta-feira, agentes fizeram busca e apreensão em sua residência em Brasília. De acordo com a PF, os documentos de imunização contra a Covid-19 dele e de sua filha mais nova, Laura, teriam sido adulterados às vésperas de sua viagem à Orlando, na Flórida, em dezembro passado.

Michelle recua
Duas horas após o final do evento, a ex-primeira-dama postou em seus stories do Instagram que é sim a favor da cota de gênero:

— Retificando, eu sou a favor da cota sim. Nós queremos mulheres na política pelo seu potencial, pelo seu protagonismo, nós não queremos apenas cumprir uma cota de 30%. Nós acreditamos no potencial de cada mulher que entra na política brasileira.