Política

Anderson Torres é visitado por senadores da oposição: 'Muito fragilizado', diz Magno Malta em vídeo

Encontro faz parte de um pedido de 42 parlamentares, e um segundo grupo deve visitar o ex-ministro da Justiça no domingo

Anderson Torres - Marcos Corrêa/PR

Um grupo de cinco senadores da oposição fez uma visita ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso no batalhão da Polícia Militar, em Brasília, neste sábado, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu o encontro.

O ministro atendeu um pedido feito por 42 senadores que queriam visitar Torres na prisão. Moraes, porém, negou a ida dos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES) a Torres, por entender que há uma "conexão" entre investigações envolvendo ambos e o ex-ministro.

Torres está preso desde janeiro, por suspeita de omissão no planejamento de segurança contra os após os atos golpistas de 8 de janeiro. Na época dos atentados contra a sede dos Três poderes, ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e estava em viagem com a família nos Estados Unidos.

Neste sábado foram ao encontro de Torres os senadores Magno Malta (PL-RJ), Márcio Bittar (União-AC), Jorge Seif (PL-SC), Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Gomes (PL-SE).

Ao GLOBO, Bittar disse que Torres está debilitado emocionalmente e classificou o encontro como ‘emocionante’.

-- Choramos todos — disse Bittar.

Malta gravou um vídeo na saída da visita e divulgou as imagens em suas redes sociais.

— Ele está muito fragilizado emocionalmente, é triste ele não entender por que está passando por isso. O Ministério Público se posicionou a favor dele. Muito difícil a situação dele, precisa de muita oração do Brasil pela vida dele porque de fato é uma covardia — afirmou Malta no vídeo.

No Twitter, o líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho, comentou sobre a visita.

— Para nós, a libertação de Anderson é um ato de justiça e de humanidade — escreveu.

Os advogados do ex-ministro afirmaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não se opunham ao pedido e que o encontro com os parlamentares poderia ajudá-lo com a "profunda depressão" que ele vem passando. A defesa quer que ele responda as acusações em liberdade e afirma que a prisão dele neste momento não está de acordo com a lei:

"O que se busca no momento é assegurar o direito de Anderson Torres de responder por supostos crimes em liberdade, e demonstrar que nenhum dos requisitos da prisão cautelar, medida excepcional de acordo com legislação, faz-se presente neste caso concreto."

Torres deve ser um dos primeiros a ser convocado por parlamentares da base do governo para a CPI do 8 de janeiro, prevista para ser instalada na segunda quinzena de maio. Bittar disse que, apesar dessa expectativa, os parlamentares não conversaram com ele sobre a investigação.

Um segundo grupo de senadores deve visitar Bittar nesse domingo.

Entre os senadores que solicitaram a visita estão ainda Sergio Moro (União Brasil-PR), Ciro Nogueira (PP-PI) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Também há membros de partidos da base, como Chico Rodrigues (PSB-RR).

Na petição apresentada ao STF, os advogados afirmam que "em um primeiro momento" foram contrários a visitas de políticos, "seja para evitar eventual politização do caso; seja em função do seu delicado estado de saúde". Entretanto, afirmaram que "o ato de solidariedade" demonstrado pelos parlamentares "talvez contribua para sua convalescença", "especialmente em uma conjuntura na qual o requerente sofre de profunda depressão".