Governo Federal

Lula pediu conversas com partidos que têm ministérios para cobrar fidelidade da base, diz Padilha

"Não sou marinheiro de primeira viagem", afirmou o ministro das Relações Institucionais sobre as críticas a sua atuação

Alexandre Padilha - Valter Campanato/Agência Brasil

Em meio a uma crise na articulação política do governo com o Congresso, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou, nesta segunda-feira (8), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que sejam feitas conversas com partidos que comandam ministérios para cobrar fidelidade da base.

As primeiras reuniões, segundo o ministro, serão com PSB e PSD. Depois, com MDB e União Brasil. Padilha afirmou que “certamente” será debatida na reunião com ministros e respectivas bancadas os votos que os partidos entregam no Congresso.

— Você tem o Ministério das Cidades, um dos autores do saneamento. A bancada do MDB votou contra. É o momento do ministério e representantes da bancada e a articulação política entenderem os motivos. E isso vai ser feito num ambiente o mais tranquilo possível — afirmou.

Sobre as críticas à sua atuação, o ministro se defendeu:

— Estou acostumado com as tarefas desse cargo, não sou marinheiro de primeira viagem. Sei que é um cargo que o tempo todo as pessoas discutem e temos tranquilidade para seguir as prioridades estabelecidas.

O governo vem de semanas de derrotas no Congresso. Foram criadas quatros comissões parlamentares de inquérito (CPIs). Uma delas, a CPI dos Atos Golpistas, é conjunta na Câmara e no Senado. As outras três são da Câmara. Entre elas, a CPI do MST, que pode causar desgaste ao governo.

Na semana passada, a Câmara derrubou um decreto de Lula que alterava o marco do saneamento básico. Mesmo partidos que têm ministros votaram contra o governo.

— Temos tido muitas vitórias. Tivemos uma derrota na semana passada, é raríssimo time ser campeão invicto. Pra ser campeão você não pode perder a final. Estamos construindo um time, uma base, para ganhar e ser vitorioso nas votações prioritárias.

O ministro falou com a imprensa após uma reunião com Lula, na qual foi tratada a estratégia de diálogo com a Câmara e com o Senado.