CASO DANIEL ALVES

Daniel Alves está "magro e abatido" e é xingado por detentos em presídio: "Estuprador"

Jogador defende para outros presos que não cometeu crime, e defende 'consentimento'

Daniel Alves - Reprodução / Instagram

Preso desde janeiro acusado de estuprar uma jovem em uma boate de Barcelona no fim do ano passado, Daniel Alves é alvo constante de ataques de outros detentos. Em depoimento a uma rádio espanhola, um ex-presidiário do Brians II, onde o brasileiro está detido, contou que o lateral pouco sai de sua cela, deixando o local apenas para ir à enfermaria, onde pode assistir televisão.

“Tem gente mal-educada no refeitório, onde todo mundo está comendo, e batem no vidro [gritando]: 'Seu viado! Estuprador!'”, relatou.

O ex-colega de prisão conta que Daniel Alves também estaria “mais magro e abatido”, parecendo triste “às vezes”. O homem revela, no entanto, que o brasileiro goza de alguns privilégios na prisão. Nas poucas conversas que teve com outros presos, o lateral teria sempre defendido sua inocência.

“Foi tudo consentido. [foi] Uma noite de festa”, relata o ex-detento sobre os argumentos do brasileiro.

Ainda segundo os relatos do homem, Daniel Alves, porém, não receberia um cardápio diferenciado no local. Outra maneira que o jogador teria para se divertir seria as partidas entre detentos organizadas no local, das quais ele costuma participar.

 

“Ele não sai. Ele só sai para o centro esportivo quando joga contra outro módulo. Se não, ele fica lá no módulo ou senta lá na enfermaria, onde a TV está ligada, para ver TV”, disse.

Quinta versão de Daniel Alves
Na semana passada, em novo depoimento à Justiça da Espanha, o jogador afirmou que a relação sexual com a jovem que o acusa de estupro teria sido consensual. O jogador está preso desde o dia 20 de janeiro por suspeita de ter estuprado uma jovem de 23 anos, na boate Sutton, em Barcelona. O crime teria ocorrido no dia 30 de dezembro do ano passado.

No depoimento desta segunda, de acordo com a imprensa espanhola, Daniel Alves enfatizou que é "respeitoso" na relação com as mulheres e não toma a iniciativa se não perceber "tensão sexual" e uma clara predisposição. O jogador também afirmou que tudo o que aconteceu dentro do banheiro da boate foi um "ato livre e voluntário", que ele e a jovem fizeram amor e acusadora "nunca disse para parar".

Questionado sobre o teor da denúncia da jovem, Daniel Alves diz que tem pensado a respeito desde o dia em que foi preso. Ele disse acreditar que a vítima se sentiu "ofendida ou irritada" pelo fato dele ter pedido para saírem separados e discretos, e também porque não foi atencioso ou carinhoso com ela.

As novas declarações de Daniel Alves contradizem a versão da vítima e as evidências coletadas pela polícia. A jovem foi atendida por uma ambulância chamada pela boate Sutton, e transferida para o Hospital Clínic, referência em atendimentos a vítimas de abusos sexuais. Lá, ela passou por um exame médico. O relatório diz que ela sofreu ferimentos leves compatíveis com a "luta" que teria travado com o jogador de futebol para não se sujeitar ao ato sexual.

A ficha médica indicou que dentre as lesões encontradas está uma pequena equimose no joelho. Trata-se de uma mancha roxa causada por um sangramento em que ocorre a infiltração do sangue na pele. Isso se dá devido à ruptura de alguns vasos sanguíneos.

O machucado corrobora com a narrativa descrita pela jovem. Em sua versão, ela destacou que Daniel Alves a "agarrou pela nuca, não sei se também pelos cabelos e me jogou no chão, machuquei o joelho".