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Rita Lee: câncer de pulmão que levou à morte da cantora é o segundo mais mortal entre mulheres

Rita Lee foi diagnosticada com a doença em 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a condição desde então

Rita Lee, aos 75 anos, em rara aparição nas redes sociais - Instagram/Reprodução

A cantora Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras da história da música brasileira, morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e vinha fazendo tratamento contra a doença desde então.

Pelas redes sociais, a família da cantora divulgou um comunicado sobre o falecimento. “Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou". O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira (10), das 10h às 17h.

Qual era a doença de Rita Lee?
Em maio de 2021, Rita Lee foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo após exames de rotina. Ela se submeteu a sessões de imunoterapia e radioterapia, duas formas de tratar a doença, uma das mais comuns no Brasil.

Segundo estimativas de 2020 do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer no pulmão é o terceiro mais comum em homens (depois de próstata e cólon e reto) e o quarto em mulheres (depois de mama, cólon e reto e colo do útero). O Inca afirma que esse tipo de tumor é o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. O tabagismo segue sendo o grande responsável pela doença.

Possível cura
Em abril de 2022, ela compartilhou a notícia de que estava 100% curada. Mesmo assim, Rita Lee preferiu não comemorar o fato com euforia, pois sabia que o tratamento exige prudência. Na época, o primogênito do casal, Beto Lee conversou com O Globo e falou sobre o tratamento da mãe: "Foi uma estrada bem esburacada, mas ela conseguiu atravessar."

Em rara entrevista (em setembro de 2021) — a primeira desde que recebeu o diagnóstico —, a cantora disse ao Globo que mantinha a energia e o bom humor, mesmo sob tratamento quimioterápico.

"Fiz um pacto com o universo, com o Criador, com os "seres de luz", de que ia segurar a barra de ter um câncer no pulmão. Mas fácil não é" declarou, à época, acrescentando que sabia "que iria acontecer algo". — Quantas vezes não disse que teria de pagar algum pedágio da vida? Era um sopro atrás do outro: ‘Pare de fumar. Você fuma desde os 22 anos, pare agora’. Era como uma luz que acendia no fundo da mente.

Beto, inclusive, publicava vídeos e fotos da mãe sempre que podia pelas redes sociais e tranquilizava os fãs sobre a saúde da matriarca nos últimos meses.

O que é remissão do câncer?
A remissão, como aconteceu com a cantora, significa que os sinais e sintomas do câncer estão reduzidos ou ausentes. Ela pode ser completa, quando todos os sinais e sintomas do câncer desapareceram, ou parcial.

O termo é usado quando não se detectam mais células cancerígenas em exames de imagem e laboratoriais - ou seja, de que há uma resposta positiva ao tratamento. Não é possível, porém, garantir que o câncer sumiu e não irá voltar.

Normalmente, o paciente é considerado curado quando o câncer permanece em remissão completa por cinco anos ou mais. Por isso, os médicos eviram falar em “cura” antes do tempo. Nesse período, o paciente precisa fazer consultas médicas regulares mesmo estando sem sintomas.

Desde a notícia da cura, Rita vinha mantendo a mesma rotina em casa, reclusa ao lado do músico Roberto de Carvalho, seu companheiro desde 1976 e pai dos três filhos (Beto, João e Antônio). De acordo com ele, a internação de Rita faz parte do processo de recuperação do câncer de pulmão.