'Irrita Lee': o dia em que o desabafo de Rita Lee sobre a vida viralizou; veja vídeo
Durante gravação do programa "Irritando Fernanda Young", em 2006, cantora afirmou estar "de saco cheio de tudo" e não conseguir escutar a si mesma
Conhecida pela autenticidade e por não ter "papas na língua", a cantora Rita Lee fez um desabafo para lá de sincero em uma entrevista, em 2006, que ficou marcado em sua trajetória. Durante o programa "Irritando Fernanda Young", do canal GNT, ela se auto intitulou "Irrita Lee" e alegou estar "de saco cheio de tudo". Aos 75 anos, a rainha do rock brasileiro morreu na noite desta segunda-feira. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão, em 2021, e vinha fazendo tratamentos contra a doença desde então.
Na conversa, a apresentadora pergunta à compositora se ela continuava com seus hábitos, como "rituais" e "cristaizinhos". Foi, então, que a icônica fala veio de forma espontânea. — Tenho [continuado], mas eu tô de saco cheio de tudo. Eu implico, né Fernanda?! Eu implico. "Irrita Lee", né?! — disse Rita. Na sequência, a artista também declarou que "Rita Lee" a irritava e não conseguia escutá-la. — Odeio escutar ela — brincou roqueira à época.
Rainha do rock brasileiro
O sonho de Rita Lee era ser imortal, com saúde para gozar no final – mas, se por acaso morresse do coração, isso era apenas um sinal de que tinha amado demais.
De qualquer forma, ela garantia: enquanto estivesse viva e cheia de graça, talvez ainda fizesse um monte de gente feliz. E, de fato, fez milhões de pessoas felizes, ao longo de uma vida abreviada aos 75 anos, na última segunda-feira (8).
Rainha do rock brasileiro, a mais debochada das feministas do país, uma das mais bem-sucedidas compositoras do pop em português, defensora de todas as liberdades e voz que não se limitou a estilos ou gerações, Rita Lee deixa biografia e obra, estas sim, imortais.
Nascida na véspera de Ano-Novo de 1948, em São Paulo, em uma família de descendentes de imigrantes norte-americanos e italianos, Rita Lee Jones cresceu no bairro da Vila Mariana, onde viveu até o nascimento de seu primeiro filho, Beto. Durante a infância, teve aulas com a pianista clássica Magdalena Tagliaferro.
Enquanto isso, ouvia o rock de Elvis Presley, Neil Sedaka, Beatles e Rolling Stones e as vozes brasileiríssimas de Cauby Peixoto, Angela Maria, João Gilberto e Emilinha Borba.