Galípolo sobre o Banco Central: "Seria estranha a indicação de alguém sem alinhamento ao governo"
Secretário-executivo do Ministério da Fazenda foi indicado para ocupar dDietoria de Política Monetária do Banco Central
O secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria de Política Monetária do Banco Central, nega responder se será uma voz “destoante” na autarquia, mas argumenta que seria estranha a indicação de alguém desalinhado ao governo para o BC.
— Me parece que as críticas estão associadas à ideia de que o ministro Fernando Haddad e o presidente estão indicando alguém afinado com o governo, mas seria muito estranho se fosse diferente, se indicasse malguém desalinhado. Está sendo cumprido o que prevê a Lei da autonomia e me parece trivial que os diretores indicados tenham algum tipo de alinhamento com o governo eleito — disse em coletiva na Fazenda.
Ailton Aquino dos Santos também foi indicado para o cúpula do BC e será o novo diretor de Fiscalização. Os dois ainda precisam ser sabatinados e terem seus nomes aprovados pelos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pelo plenário da Casa.
O presidente da CAE do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), afirmou nesta terça-feira que os parlamentares devem avaliar os nomes dos indicados para a diretoria do Banco Central antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho.
Com os dois indicadores, se aprovados, será a primeira mudança na composição do Banco Central durante o governo Lula. Na gestão de Bolsonaro foi aprovada a Lei de autonomia da autoridade monetária, que estabelece mandatos fixos de quatro anos para os diretores e o presidente, com possibilidade de recondução.
— Eu tenho uma boa relação com Roberto Campos desde o início, uma boa relação com a diretoria, o que não significa obrigatoriamente que todo mundo vai pensar igual. E é óbvio que existe uma grande afinidade de pensamento com o ministro Fernando Haddad e a intenção é conseguir facilitar esse diálogo e essa convergência das duas políticas (fiscal e monetária) — afirma Galípolo.