Fila do velório de Rita Lee tem fã que ouvia as músicas escondido, girassóis de presente e tatuagens
Homenagens no Planetário do Ibirapuera serão iniciadas às 10h
Uma garoa fina caia sobre os primeiros fãs que chegaram para o velório a cantora Rita Lee, no Planetário do Ibirapuera, em São Paulo. Por volta das 8h20 da manhã, uma dezena de fãs já aguardava para homenagear a cantora, de 75 anos, morta na manhã de ontem. Entre os que aguardavam na fila estava a diretora artística Carla Oliveira, de 30 anos, que começou a ouvir as músicas de Rita na adolescência, escondido da familia.
"Diziam que não era para ouvi-la, que ela só falava coisas erradas. Pensei, então é isso mesmo que eu quero escutar", diz. "Recebi muitas mensagens de amigos ontem, as pessoas lembraram de mim na hora que veio a notícia."
Ao lado dela na fila estava Vanessa Araújo, de 42 anos, fã da artista desde criança. Em seu braço, inclusive, há uma tatuagem em homenagem à cantora.
"Tenho dois filhos (crianças) e eles já tem começado a ouvir também. Uma vez vi a Rita pessoalmente no show da Maria Rita e travei. Não soube como reagir. Vim vê-la pela última vez", revelou.
Com girassóis em mãos, a realizadora audiovisual Gracy Laport, de 32 anos, diz que trouxe as flores em representação ao período da Tropicália.
"Nem sei dizer ao certo quando comecei a ouvir, minha mãe já ouvia. Mas passei a compreender melhor o que ela representava aos 15 anos, quando passei a ouvir Os Mutantes. Sem internet, tinha que caçar os discos pra ouvi-la", rememora. "Ela era absolutamente incrível."