PL das Fake News

Telegram 'reincidente' e 'coação' de parlamentares: veja os recados de Moraes ao aplicativo

Ministro determinou que empresa exclua mensagem 'fraudulenta' sobre PL das Fake News e ameaçou com suspensão

Alexandre Moraes - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o Telegram divulgou desinformação contra o chamada PL das Fake News com o objetivo de induzir seus usuários a "coagir" os parlamentares a votarem contra o projeto de lei.

Na decisão em que determinou que o aplicativo exclua uma mensagem contra a proposta, com a possibilidade de suspensão caso a ordem não seja cumprida, Moraes ainda afirma que a empresa é "reincidente" e que suas ações podem colocar em risco a democracia.

Confira a seguir os principais pontos da decisão de Moraes:

Desinformação
Moraes afirma que a mensagem enviada pelo Telegram na segunda-feira, alertando para supostos riscos do PL das Fake News, configura "flagrante e ilícita desinformação" contra o Congresso Nacional, o Poder Judiciário e a democracia brasileira, porque "distorceu a discussão e os debates" sobre a regulamentação de redes sociais.

Coação de parlamentares
Ainda de acordo com o ministro, a ação do Telegram teve o objetivo de "induzir e instigar todos os seus usuários a coagir os parlamentares", devido ao trecho no qual o aplicativo incentiva as pessoas a falarem com os deputados sobre o projeto de lei.

Milícias digitais
Assim como já havia feito em decisão de semana passada, na qual determinou o depoimento de executivos de empresas como Google e Meta, Moraes traçou um paralelo entre as ações do Telegram e as condutas investigadas no chamado inquérito das milícias digitais. Para o ministro, as ações do aplicativo aumentam o risco à segurança de parlamentares e de membros do STF, além do "próprio Estado Democrático de Direito".

Reincidência
Moraes afirmou que o Telegram é "reincidente em práticas que, por ação ou omissão, permitem a proliferação criminosa de mensagens fraudulentas" e lembrou que no ano passado chegou a determinar a suspensão do aplicativo. O ministro ressalta, no entanto, que a situação atual é "mais grave" porque foi o próprio Telegram "quem produziu e veiculou a mensagem fraudulenta".