FMI alerta para 'sérias repercussões' globais de possível default dos EUA
Órgão advertiu para uma potencial alta das taxas de empréstimos, o aumento da instabilidade global e as consequências econômicas no caso de um default dos EUA
O Fundo Monetário Internacional (FMI) expressou nesta quinta-feira (11) sua preocupação com as "sérias repercussões" na economia mundial de um default dos Estados Unidos, enquanto o país não chega a um acordo político para elevar, ou suspender, seu teto de endividamento.
"Nossa avaliação é que haveria repercussões muito sérias para os Estados Unidos e também para a economia mundial se houvesse um inadimplemento do pagamento da dívida americana", disse a jornalistas a diretora de Comunicação do FMI, Julie Kozack, em teleconferência com a imprensa.
"Recomendamos encarecidamente às partes nos Estados Unidos que se unam para chegar a um consenso para resolver este problema com caráter de urgência", acrescentou.
O FMI advertiu para uma potencial alta das taxas de empréstimos, o aumento da instabilidade global e as consequências econômicas no caso de um default dos EUA.
"Nos últimos anos, vimos um mundo afetado por muitos impactos, portanto, gostaríamos de evitar essas sérias repercussões", disse Kozack.
Democratas travam uma luta com republicanos para elevar o teto da dívida pública americana, uma manobra legislativa necessária para que os Estados Unidos possam continuar pedindo dinheiro emprestado e pagando suas contas, assim como seus funcionários e credores.
Sem um acordo, a maior economia do mundo se encontraria, potencialmente em mora, uma situação sem precedentes.
Até o momento, o presidente Joe Biden descarta cortes orçamentários e acusa os republicanos no Congresso de tomarem a economia como "refém". Na quarta-feira, Biden recebeu membros de ambos os lados na Casa Branca, e uma nova reunião está prevista para sexta-feira.
Ontem, o ex-presidente republicano Donald Trump, que busca a reeleição em 2024, instou os legisladores republicanos a "provocarem um default", se os democratas não concederem "cortes maciços". Ele estimou, no entanto, que o inadimplemento provavelmente seria evitado, prevendo que os democratas "cederiam" sobre o assunto.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, advertiu, contudo, que o mero fato de flertar com o "default", levando as negociações ao limite, "pode gerar custos econômicos significativos".