Paquistão

Ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan é libertado sob fiança

Ex-chefe de Governo havia sido preso com base em um caso de corrupção

O ex-primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, recebeu fiança do Supremo Tribunal de Islamabad em 12 de maio, depois que sua prisão por acusações de corrupção nesta semana provocou confrontos mortais antes de ser declarado ilegal. - Aamir Qureshi/AFP

O ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan foi libertado sob fiança nesta sexta-feira (12) após uma detenção que provocou protestos violentos de seus apoiadores e foi considerada ilegal na quinta-feira.

O ex-chefe de Governo havia sido preso com base em um caso de corrupção na terça-feira, quando compareceu a um tribunal na capital Islamabad.

Hoje, o tribunal concedeu a Khan a liberdade sob fiança "por um período de duas semanas" e ordenou sua libertação durante esse período, disse Khawaja Harris, um de seus advogados.

A medida foi cumprida nas últimas horas desta tarde e Khan partiu para Lahore, a 380 km da capital, informou seu partido.

O ministro do Interior, Rana Sanaullah, prometeu reordenar a prisão de Imran Khan, atolado em uma série de processos judiciais desde que perdeu o poder, em abril de 2022, por uma moção de censura parlamentar.

As eleições gerais estão marcadas para outubro, e o ex-astro do críquete, ainda muito popular no país, acusa o atual governo de coalizão e o Exército de tentarem impedir seu retorno ao poder.

O ex-chefe de governo, de 70 anos, afirmou também que um alto oficial esteve envolvido em um complô para assassiná-lo em novembro, o que não caiu bem no Exército, uma força política de enorme importância neste país do sul da Ásia.

Dois dias de caos

A prisão de Khan desencadeou dois dias de caos, quando milhares de seus apoiadores incendiaram prédios e bloquearam estradas em várias regiões.

O governo mobilizou o Exército e pelo menos nove pessoas morreram nos confrontos, segundo fontes policiais e de saúde.

Centenas de policiais ficaram feridos e mais de 3.500 pessoas foram detidas, a maioria nas províncias de Punjab e Khyber Pakhtunkhwa, segundo as autoridades.

O ex-governante responde a dezenas de processos e tem "um longo caminho pela frente", disse à AFP o analista Imtiaz Gul.

"Isso é apenas um alívio temporário, provavelmente como parte dos esforços para reduzir a escalada de uma situação explosiva", opinou.

Segundo este especialista, os processos judiciais movidos contra Khan "parecem destinados a mantê-lo atolado e incapacitado para o exercício ativo da política".