Homem que morreu após espancamento em SP foi expulso da PMPE por participação em grupo de extermínio
Osil foi vítima de um espancamento em via pública no último dia 3 e morreu, no hospital, quatro dias depois
As investigações sobre a morte de Osil Vicente Guedes, que morreu vítima de um espancamento em via pública em São Paulo, identificaram que ele já foi soldado da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE).
Ele foi expulso da corporação em 2010, após ser preso pela Operação Guararapes em 2008 por participação em grupos de extermínio no Estado.
Osil era lotado na Companhia Independente de Policiamento com Motos (Cipmoto). De acordo com a investigação da Polícia Civil de Pernambuco, ele e outros policiais eram responsáveis por dar apoio aos grupos de extermínio através da logística e com livre trânsito nas blitzs policiais ao se identificarem.
Segundo o delegado Joel Venâncio, coordenador da Operação Guararapes, as execuções realizadas pelo grupo se davam por motivos que seriam desde um desentendimento, vingança ou pela eliminação de testemunhas. "A maneira como agiam era com duas pessoas em uma moto. Uma vida podia custar o valor de R$ 600 (Seiscentos Reais). Constatamos também que o grupo mantinha contato com quadrilhas na Paraíba e em Alagoas", revelou.
Após sua prisão pela PCPE, o caso de Osil foi encaminhado para a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. A corporação aplicou, em 2010, a pena de expulsão.
Confira a nota da PMPE:
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) informa que Osil Vicente Guedes deixou de integrar a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) em 2010, quando recebeu a pena de licenciamento ex-officio a bem da disciplina.
Em setembro de 2008, ele havia sido preso em operação da Polícia Civil do Estado, sob suspeita de participar de grupo de extermínio responsável por homicídios na Região Metropolitana do Recife. Na época, era soldado lotado na Companhia Independente de Policiamento com Motos (Cipmoto).
A penalidade que ele recebeu é aplicada, na PMPE, a praças sem estabilidade assegurada, ou seja, com menos de dez anos na corporação. A decisão resultou de um processo administrativo disciplinar na PMPE, que concluiu que o militar praticou transgressões que afetaram a honra pessoal, o sentimento do dever, o pundonor militar e o decoro da classe, tudo em conformidade com o Decreto Estadual número 22.114, de 13 de março de 2000, o qual instituiu o Código de Ética dos Militares Estaduais, em Pernambuco.
Entenda o caso
Inicialmente, a tentativa de linchamento de Osil foi justificada por um roubo de uma moto, que logo foi desmentido. O dono da moto que Osil estava pilotando quando foi agredido assumiu que havia emprestado o veículo.
Na quinta-feira (11), a Polícia Civil de São Paulo descartou essa primeira hipótese e relatou a suspeição de que a morte poderia ter sido encomendada por uma ex-namorada.
Em São Paulo, Osil era dono de uma empresa de reciclagem.