Kassab defende que Tarcísio não dispute a Presidência em 2026
"Espero que o Brasil tenha outras opções para que São Paulo continue contando com ele", afirmou o secretário de Governo e ex-prefeito paulistano
Secretário de Governo do estado de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) defendeu nesta segunda-feira que o governador Tarcísio de Freitas não dispute a Presidência da República em 2026. Citando os ex-governadores João Doria e José Serra, o ex-prefeito paulistano afirmou que Tarcísio precisa observar os "equívocos" de se posicionar como candidato ao Palácio do Planalto no início do primeiro mandato.
—Se o Tarcísio puder ficar oito anos, acho que é melhor para São Paulo, para o Brasil e para ele — declarou Kassab, para quem a "ansiedade é inimiga da perfeição política. — Felizmente, ele (Tarcísio) está com os pés no chão e concentrado única e exclusivamente em fazer um bom governo. E eu espero que o Brasil tenha outras opções para que São Paulo possa continuar contando com ele.
Para Kassab, que participou nesta segunda de um evento do grupo Esfera Brasil, em São Paulo, um mandato encurtado de Tarcísio seria uma renovação "muito rápida e perigosa" em São Paulo.
— É importante que seja uma renovação que venha para ficar. Para deixar sementes que possam crescer, dar bons frutos e liberar depois o Tarcísio para o plano nacional, para se apresentar para o Brasil como candidato a presidente, tendo feito um bom trabalho em São Paulo — disse Kassab.
Questionado sobre uma candidatura sua à Presidência, Kassab afirmou que não tem obstinação por nenhum cargo e que pensa em disputar uma eleição "qualquer que seja" o posto cobiçado.
— Mas, no momento, meu objetivo e minha preocupação é ajudar o governador Tarcísio a ser um bom governador e o presidente Lula a ser um bom presidente — respondeu o ex-ministro, acrescentando que é daqueles que, com "maior naturalidade", ao final do governo, sabe se afastar de quem "foi mal".
Derrota do Planalto
Kassab minimizou a derrubada de trechos de decretos de Lula que mudavam leis do saneamento. Disse que não considera uma derrota do governo. Para ele, é preciso ter a compreensão de que cada projeto tem uma história e, no caso do saneamento, dificilmente quem votou favorável ao projeto dois anos atrás vai mudar de opinião apenas porque trocou o governo.
— Não entendo como uma derrota ou desorganização (a derrubada dos decretos). É evidente que o governo Lula está no início, fica claro que ainda está um pouco desorganizada a sua base parlamentar, mas com o tempo isso se ajusta, ele é um presidente experiente e sabe como agir —ressaltou.
Ao comentar sobre a disputa eleitoral de 2026, além de defender a permanência de Tarcísio no governo de São Paulo, Kassab disse que sairá vencedor aquele que mais se aproximar do centro. No ano passado, Lula foi quem conseguiu o feito, representado na figura de seu vice, Geraldo Alckmin.