Relatório

Marília Mendonça: Para advogado de família do piloto, relatório confirma responsabilidade da Cemig

Família de Geraldo Martins de Medeiros processa a Companhia de Energia de Minas Gerais e pede indenização por danos morais

Marília Mendonça - Imagem Divulgação

Para Sérgio Alonso, advogado da família de Geraldo Martins de Medeiros, piloto da aeronave que levava a cantora Marília Mendonça, o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), apresentado nesta sexta-feira (15), confirma que a responsabilidade da queda da aeronave é da Companhia de Energia de Minas Gerais (Cemig).

Segundo o documento, o bimotor da Rainha da Sofrência caiu ao ter colidido com um cabo da empresa nas proximidades do aeroporto de Caratinga (MG).

A Cenipa afastou a possibilidade de falha mecânica ou erro operacional terem causado a queda do avião. No documento, o órgão recomenda que os cabos de energia da região passem a serem identificados, com o objetivo de evitar novos acidentes.

— O relatório da Cenipa é favorável e confirma a nossa tese de que o avião bateu pelo fato do cabo não estar sinalizado — diz Alonso, especialista em direito aeronáutico e que representa a família de Geraldo Medeiros em uma ação contra a Cemig por indenização por danos morais.

A Cemig alega que as torres de energia encontram-se fora da área de proteção do aeroporto e, por isso, não precisavam de sinalização — algo confirmado pelo relatório da Cenipa. No entanto, no entendimento de Alonso, pelo risco representado pela instalação dos cabos de alta tensão, a empresa tinha a obrigação de deixar evidente a presença dos obstáculos.

— Ela plantou um risco sem sinalização. Mesmo que a torre esteja fora da zona de proteção, ela está por 800 metros. Não são nem 10 segundos para o avião passar. Por que ela não teve o bom senso de sinalizar? Ela correu o risco —diise o advogado.