Marília Mendonça

Marília Mendonça: o que será mudado para evitar acidentes de avião após laudo

Órgão da Força Aérea Brasileira estabelece medidas que passam a valer no país, com objetivo de prevenir novas ocorrências; entenda

Marília Mendonça, cantora e compositora - Reprodução/Instagram

No laudo em que apresenta o resultado da investigação acerca do acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB), estabelece recomendações de segurança que passam a valer, em território nacional, com a "intenção de prevenir ocorrências aeronáuticas", como ressalta o documento divulgado na noite da última segunda-feira (15).

Sinalização de cabo
No dia 5 de novembro de 2021, o avião em que estavam Marília Mendonça — e também o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da artista Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana — caiu após colidir com um cabo da Companhia de Energia de Minas Gerais (Cemig). De acordo com o relatório, o cabo se apresentava camuflado em meio à vegetação do local. A falta de sinalização, portanto, foi um fator preponderante para o acidente.

Estabelece-se, a partir de agora, que a Agência Nacional de Energia Elétrica — subordinada ao Ministério de Minas e Energia — deve criar, em coordenação com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, requisitos de sinalização de redes de transmissão e de distribuição nos arredores de aeródromos, sobretudo daqueles situados em regiões com relevo acidentado.

Ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo, recomenda-se também que sejam realizadas gestões junto à Cemig, de modo a sinalizar, em caráter excepcional, a linha de transmissão no trecho correspondente ao prolongamento da pista de número 02 do Aeródromo de Caratinga, onde ocorreu o acidente.

Estudo de caso
O laudo técnico acerca do acidente aéreo que matou Marília Mendonça deve ser objeto de estudo entre pilotos e técnicos de empresas aéreas em operação no Brasil. A recomendação do Cenipa é que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) divulgue amplamente os ensinamentos colhidos pela investigação sobre o ocorrido, "a fim de promover o incremento da cultura de segurança operacional e o gerenciamento do risco", como ressalta o documento.

Instalação de auxílios à navegação
A Cenipa recomenda igualmente para a ANAC a realização de gestões para que sejam difundidos — e "harmonizados", como frisa o documento —os requisitos relacionados à instalação de auxílios de navegação, dispositivos destinados a auxiliar aeronaves na determinação de sua posição ou de um rumo seguro, ou ainda, a alertá-las sobre perigos ou obstruções.