PSOL define Sâmia Bomfim para CPI do MST: 'Nada a temer'
Deputada é o primeiro nome fora da oposição a ser oficializada para compor o colegiado; psolista tem histórico de defesas do movimento social
A federação PSOL/Rede definiu que indicará a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) para compor a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), colegiado formado no intuito de investir as recentes invasões de terra do Abril Vermelho organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A parlamentar é o primeiro nome de fora da oposição ao governo Lula (PT) a ser oficializado.
Como noticiou o Globo, os demais treze deputados com indicações já formalizadas são ferrenhos opositores do presidente e colecionam críticas ao movimento social. Ao que tudo indica, a comissão servirá de palanque contra o governo. Neste contexto, a indicação de Sâmia e outros nomes ainda não oficializados por parte do PT prometem ser um "contrapeso" ao "radicalismo" da direita da Casa.
— Vamos (para a CPI do MST) de peito aberto, pois não há nada a temer. Querem criminalizar o MST para tirar o foco das atrocidades dos bolsonaristas contra o país. Não vão nos intimidar! — disse Sâmia Bomfim.
A psolista tem um passado de defesa do MST. Neste sábado, a deputada esteve presente na 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo movimento social em São Paulo. Além da parlamentar, sete ministros de Lula estiveram no evento, dois deles chegaram a, inclusive, minimizar a CPI — o que incomodou a bancada ruralista.
O vice-presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) na Câmara, Evair de Melo (PP-ES), usou as redes sociais, subiu o tom e disse que o governo, após enviar seus integrantes, perdeu "a ponte com o agronegócio".