ITÁLIA

Berlusconi é absolvido no caso das festas "bunga-bunga"

Ex-primeiro-ministro foi acusado de pagar para que mentissem sobre seu envolvimento com menores

Silvio Berlusconi, ex-primeiro ministro italiano - Alberto Pizzoli / AFP

O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, de 86 anos, foi absolvido da acusação de suborno de testemunhas para tentar silenciar sobre o suposto envolvimento do líder populista em um escândalo de prostituição de menores nas festas privadas que ficaram conhecidas como "bunga-bunga".

O caso veio à tona em 2011, quando a marroquina Karima El Mahoroug, conhecida como Ruby "Rouba Corações", revelou detalhes das festas. Os eventos reuniam prostitutas, políticos e empresários para orgias na mansão do ex-premiê em Arcore. O escândalo aumentou a pressão judicial sobre Berlusconi e foi apontado como um dos fatores de sua renúncia ao cargo, em novembro de 2011.

Os processos relacionados ao caso foram divididos em três cidades: Siena, Roma e Milão, onde moravam as testemunhas acusadas de terem recebido subornos. Berlusconi já havia sido absolvido pelos tribunais de Siena e Roma.

Na explicação publicada nesta terça-feira, segundo o Diário de Notícias, os juízes relataram existir indícios de que Berlusconi tinha pago grandes quantias de dinheiro a El Mahroug um ano antes do julgamento original. No entanto, o fato de não terem havido investigação dos jovens por suposta corrupção e ouvidos como testemunhas na época, anulou as acusações, pois não podiam ser testemunhas, segundo a explicação da sentença. Ainda segundo o site de notícias, um recurso das absolvições está a ser avaliado, baseada no fato de julgamentos anteriores do caso terem sido contraditórios.

Passado de escândalos
Desde 1994 na política, Berlusconi foi primeiro-ministro por nove anos e dominou a política de seu país durante duas décadas, apesar dos escândalos sexuais e processos judiciais que mancharam sua imagem. Para milhões de italianos, seu governo representa uma idade de ouro da economia italiana.

A sociedade financeira da família Berlusconi, a Fininvest, inclui canais de televisão, como a Mediaset, jornais e edições da Mondadori. Apaixonado por futebol, ele também presidiu o Milan por 31 anos antes de vender o clube em 2017 para investidores chineses.

Sua primeira condenação ocorreu em agosto de 2013. A sentença de prisão de quatro anos por fraude fiscal — três dos quais foram abolidos por uma anistia — foi confirmada pelo Tribunal de Cassação. Ele cumpriu a sentença no ano seguinte na forma de serviço comunitário, o que lhe custou seu título de Cavaliere.

Pai de cinco filhos de dois casamentos e avô de vários netos, o magnata voltou a se casar em 2020, com Marta Fascina, 53 anos mais jovem que ele, ex-modelo e deputada do Força Itália.