ATOS GOLPISTAS

Sobrinho de Bolsonaro, Léo Índio é incluído no inquérito dos ataques golpistas de 8 de janeiro

Procuradoria-Geral da República solicitou, no mês passado, a investigação do parente do ex-presidente

Sobrinho de Bolsonaro, Léo Índio, é incluído no inquérito atos golpistas - Reprodução

O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Léo Índio, foi incluído no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro. No mês passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um pedido à Corte para que o familiar do ex-mandatário fosse investigado.

De acordo com documento assinado pelo ministro Dias Toffoli, que remeteu o caso à Presidência da Corte, Alexandre de Moraes já determinou o cumprimento de medidas cautelares em desfavor do sobrinho de Bolsonaro por sua "ativa participação nos violentos atos antidemocráticos". No final de janeiro, ele se tornou um dos alvos da Operação Lesa Pátria.

A investigação em nome de Léo Índio é fruto de uma notícia-crime protocolada pelo advogado Leonardo Coreicha no dia 17 de janeiro. Na petição inicial, o advogado alega que o sobrinho do ex-presidente teria participado das manifestações que culminaram na depredação do patrimônio público. Nas redes sociais, Léo Índio chegou a compartilhar registros na rampa do Congresso Nacional.

Nesta ação, ele é acusado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de Golpe de Estado e é pedida sua prisão preventiva.

No dia 8 de janeiro, Léo Índio compartilhou uma imagem no prédio do Congresso, com os olhos vermelhos do gás lacrimogênio disparado pelas autoridades policiais. Em postagem no Instagram, ele disse que as forças de segurança atuaram em cima de "inocentes". "Busquem os verdadeiros vândalos e também os covardes mascarados e fantasiados de patriotas", escreveu.

 

Sem ensino superior, Léo índio informou à Corte que sua ocupação atual é de vendedor. No passado, ele chegou a ser assessor do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e ocupou cargos de confiança nos gabinetes do senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR) e da liderança do PL no Senado Federal, pelo qual recebia um salário de R$ 5,7 mil. Em julho passado, ele foi exonerado.

Também em 2022, ele tentou se eleger como deputado distrital sob a alcunha de Léo Bolsonaro. O sobrinho não tem o sobrenome do ex-presidente por ser filho de uma irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher de Bolsonaro e mãe de Carlos, Eduardo e Flávio.

À época, não declarou bens à Justiça Eleitoral. No pleito, ele obteve 1801 votos e não conquistou uma vaga na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

O Globo não conseguiu localizar a defesa de Léo Índio, o espaço segue aberto para manifestações.

Passado de investigações
Em 2021, a Folha de S.Paulo publicou que o primo dos filhos do então presidente foi investigado em inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) que apurou a organização e o financiamento de atos antidemocráticos em 7 de setembro, além de ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

À época, ele postou nas redes sociais uma campanha de arrecadação visando as manifestações pró-governo. Ele divulgou chaves Pix e um QR Code para doação de criptomoedas que ajudassem a financiar os atos. As publicações foram bloqueadas pelo ministro Alexandre de Moraes.