ONU pede US$ 100 bilhões para reduzir desigualdade digital
Cerca de 2,7 bilhões de pessoas no mundo não tinham acesso à Internet em 2022
A ONU pediu nesta quarta-feira (17) aos países membros e ao setor privado que destinem 100 bilhões de dólares (491 bilhões de reais, na cotação atual) até 2026 para reduzir a desigualdade digital global, uma quantia três vezes maior do que a prevista inicialmente.
Cerca de 2,7 bilhões de pessoas no mundo não tinham acesso à Internet em 2022, de uma população mundial de 8 bilhões, segundo dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), uma agência da ONU.
"A desigualdade digital que separa os países menos avançados do mundo está aumentando", alertou a UIT, que pediu que mais recursos sejam alocados para conectividade e digitalização nos países menos desenvolvidos.
"A tecnologia está entre as prioridades do mundo, mas os benefícios da tecnologia digital permanecem fora do alcance de muitas pessoas", disse a chefe da UIT, Doreen Bogdan-Martin, em um comunicado.
"Se realmente quisermos digitalizar o mundo de maneira significativa e duradoura, devemos tomar medidas para acelerar a transformação digital para todos", acrescentou.
Os 46 países menos desenvolvidos abrigam quase um terço da população mundial sem conexão, disse a UIT.
O acesso à Internet é considerado muito caro em todos esses países, com a exceção de dois, lamentou a agência.
Para remediar a situação, a UIT lançou uma coalizão digital chamada Partner2Connect em setembro de 2021.
Seu objetivo é usar associações público-privadas para ajudar a impulsionar a digitalização nas comunidades mais difíceis de conectar, incluindo países menos desenvolvidos, países em desenvolvimento sem litoral ou pequenos Estados insulares.
Essa coalizão começou a mobilizar fundos diretos em fevereiro do ano passado e até agora levantou US$ 30 bilhões (147,3 bilhões de reais, na cotação atual) em promessas.
Doze bilhões (58,9 bilhões de reais) serão destinados a ajudar os países mais pobres a se conectarem mais rapidamente.