COMBUSTÍVEIS

Um dia após anúncio da Petrobras, mudanças nos preços dos combustíveis no Recife ainda são tímidas

No caso da gasolina, o menor valor encontrado pela reportagem foi R$ 4,97

Preços dos combustíveis em posto da Zona Norte do Recife - Foto: Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

No dia seguinte ao anúncio da queda de preços nos combustíveis, feito pela Petrobras na terça-feira (16), os valores nos postos do Recife não sofreram grandes alterações. Na maioria dos estabelecimentos, os preços da gasolina e do diesel seguem na casa dos R$ 5.

Segundo o Procon-PE, a diminuição dos preços pode não acontecer de forma imediata, visto que alguns postos ainda comercializam estoques anteriores à redução.

Em alguns postos, no entanto, os consumidores já puderam aproveitar a baixa nos preços. Para a gasolina, o menor valor encontrado pela reportagem da Folha de Pernambuco na capital pernambucana, na manhã desta quarta (17), foi R$ 4,97.

Na Zona Sul da capital pernambucana, no Bairro de Boa Viagem, um dos postos localizados na avenida Domingos Ferreira ofereceu, já na manhã da terça (16), o litro de gasolina a R$ 4,97 por litro; no mesmo local, o diesel S10 era vendido a R$ 5,59, ainda sem redução. 

No bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, um posto localizado na rua São Bento também foi um dos poucos que alterou os valores já no dia posterior ao anúncio da Petrobras. No estabelecimento, a gasolina passou de R$ 5,09 para R$ 4,99. Já o diesel, no mesmo posto, é comercializado a R$ 4,86 por litro.

Entre os consumidores, a expectativa é de que a diminuição nos preços seja maior. O entregador de aplicativo Benazir Barros, 55, se decepcionou ao encontrar preços semelhantes nos postos após a notícia da redução. "Ainda não deu para sentir a diferença. A gasolina segue nessa média de R$ 5 e alguns centavos", disse o motoqueiro. 

Para o eletricista Adriano Constantino, 40, que precisou abastecer o carro na manhã desta quarta (17), também houve uma quebra de expectativa na hora do pagamento.

"Paguei um valor normal. A gente quer que os preços baixem logo, para ajudar o povo. Tem que baixar não só os combustíveis, mas também outros produtos, como os alimentos", reclamou.

Outros condutores, que tiveram mais tempo para pesquisar, conseguiram aproveitar o valor abaixo dos R$ 5. O motorista Leanderson Brito, 39, diz que percebeu uma leve diminuição, mas que não é suficiente. "Achei que ia baixar mais e a gente torce para que isso aconteça. Os gastos com combustíveis estão muito altos", disse.

A redução dos preços foi de R$0,44 por litro do preço médio do diesel para as distribuidoras (de R$ 3,46 para R$ 3,02) e de R$ 0,40 por litro na gasolina, passando de R$ 3,18 para R$ 2,78.

O preço na bomba, no entanto, é afetado também por impostos, margens de lucro da distribuição e da revenda, mistura de biocombustíveis, entre outros fatores. Ainda é possível que os postos ainda estejam comercializando estoques adquiridos antes da redução nos preços.

Fiscalização
Os Procons estaduais devem monitorar os preços dos combustíveis em todo o país. A ordem para que a fiscalização acontecesse partiu da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que emitiu um ofício aos órgãos estaduais ordenando que seja feito um levantamento detalhado dos preços em diversas regiões. 

A ideia, segundo a Senacon, é garantir que a redução nos preços dos combustíveis chegue aos consumidores.

Em Pernambuco, o Procon-PE informou, por meio de nota, que "ainda é possível encontrar postos comercializando o combustível no valor sem reajuste em razão de estoques terem sidos adquiridos nos valores anteriores".

O órgão diz, ainda, que os consumidores podem denuniciar supostos preços abusivos. Para isso, é importante ter fotos das placas com os preços, notas fiscais ou imagens que comprovem que não houve redução ou que houve aumento.

As denúncias podem ser feitas pelo 0800-282-1512; pelo e-mail denuncias@procon.pe.gov.br; ou presencialmente, na sede do órgão, localizada na rua Floriano Peixoto, 141, Bairro de Santo Antônio, no Recife.

Mudança na política de preços
A redução nos preços foi anunciada após a notícia de que a Petrobras abandonaria a política de paridade de importação, a PPI, e voltaria a adotar uma política de preços baseada nos custos internos de produção.

A PPI, adotada durante o governo do ex-presidente Michel Temer, alinhava os preços praticados no Brasil ao dólar e aos valores dos mercados internacionais.