China

Produtora é multada em US$ 2 milhões por piada sobre Exército chinês

Li Haoshi, que se apresenta sob o nome de "House", fez referência a um slogan do Exército Popular de Libertação

As autoridades chinesas multaram uma empresa de comédia em milhões de yuans e ameaçaram com mais ações legais depois que um de seus membros fez uma piada oblíqua sobre o Exército de Libertação do Povo durante um set de stand-up. - AFP

As autoridades chinesas multaram a empresa Xiaoguo Culture Media em 14,7 milhões de iuanes (mais de US$ 2 milhões, ou 9,8 milhões de reais na cotação atual) nesta quarta-feira (17) por uma piada dirigida, indiretamente, aos militares chineses durante uma apresentação.

Li Haoshi, que se apresenta sob o nome de "House", fez referência a um slogan do Exército Popular de Libertação durante um "stand up" em Pequim, no último sábado.

Hoje, na rede social Weibo (equivalente chinês ao Twitter), a polícia informou que abriu uma investigação sobre Li Haoshi, "de acordo com a lei". As autoridades também ameaçaram processar a empresa.

De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Pequim, a multa é consequência de uma investigação realizada após o depoimento de um espectador. Considerou-se que a brincadeira violava a lei e tinha um "impacto social negativo".

A produtora e o comediante já haviam se desculpado antes do anúncio da sanção nesta quarta-feira, chamando a piada de "metáfora inadequada".

"Pedimos a" Li Haoshi "que reflita sobre si mesmo e interrompa todos os seus trabalhos de ator até novo aviso", disse a Xiaoguo Culture Media em um comunicado divulgado na segunda-feira.

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo considerou que a piada contrariava o regulamento, segundo o qual os espetáculos não devem "ferir os sentimentos nacionais", nem "atentar contra a honra e os interesses nacionais".

"Nunca permitiremos que uma empresa, ou indivíduo, menospreze gratuitamente a imagem gloriosa do Exército no palco da capital, nem ferir os sentimentos profundos do povo em relação ao seu Exército", enfatizaram as autoridades.

No Weibo, rede social sob forte censura, na qual os conteúdos problemáticos são, em geral, removidos rapidamente, vários comentários apoiam a sanção, afirmando que é "justo punir alguém que comete erros".