Combustível

Preço da gasolina: postos iniciam redução nas bombas

No primeiro dia da diminuição dos valores pela Petrobras, consumidor já começa a ver reflexos no bolso

Posto de combustíveis - Marcello Casal jr/Agência Brasil

A decisão da Petrobras de cortar os preços da gasolina em suas refinarias a partir desta quarta-feira (17)já começou a se refletir nas tabelas dos postos de gasolina. A estatal reduziu em 12,6% o valor do litro que sai de suas unidades, de R$ 3,18 para R$ 2,78, uma redução de R$ 0,40.

Considerando a manutenção das margens de distribuidores e revendedores, a estatal estimou que o preço nas bombas fique em torno de R$ 5,20. Economistas ouvidos pelo Globo estimam que a redução efetiva do preço da gasolina ao consumidor final seja de 8%.

Como o novo preço passou a vigorar nesta quarta-feira, esse impacto demora a chegar na ponta, já que os postos ainda estão vendendo combustíveis que foram comprados por valores mais altos das distribuidoras. As reduções devem acontecer aos poucos, mas já foram feitas ontem em alguns estabelecimentos.

O Globo percorreu sete postos no Rio, e dois deles tinham alterado os preços para baixo ontem, na esteira do anúncio da estatal.

O movimento estava tranquilo em todos postos visitados, com poucos clientes abastecendo. A maioria não sabia que poderia gastar menos se esperassem mais alguns dias para encher o tanque.

— O pessoal não está sabendo e reclama de pouca informação quanto aos reajustes de preços. No ano passado, teve bastante flutuação, mas os consumidores estavam mais atentos — disse um frentista de um posto na Rua Marquês de Pombal, no Centro, onde o litro da gasolina foi reduzido ontem em R$ 0,20, para R$ 5,49.

O taxista Leonardo Rodrigues, de 41 anos, avalia positivamente a decisão da Petrobras, pelo impacto que a redução pode ter no bolso e no orçamento já apertado. Ele considera condizente com a promessa de campanha do presidente Lula, no ano passado:

— Vai ser positivo para os taxistas, mas de forma geral também. Vai dar uma melhorada no meu trabalho.

Mas há quem desconfie da manutenção dos preços baixos, como o motorista de aplicativo Roberto Soares, de 62 anos:

— Baixou até quando? Quando dizem que baixou é muito relativo. Como tudo no Brasil, deve ser temporário.

Em um posto na Lagoa, na Zona Sul, o preço da gasolina foi revisado de R$ 5,85 para R$ 5,54, um desconto de R$ 0,31. Na Praça da Bandeira, na Zona Norte, outro estabelecimento chegou a retirar as faixas que anunciavam preços para fazer a alteração, mas a gerência resolveu esperar o fim do estoque no tanque comprado a preços maiores e a chegada de um novo carregamento com custo mais baixo. O frentista Marcos Reis, de 53 anos, disse que muitos motoristas passaram perguntando pela redução:

— Quando digo que ainda não baixou, o pessoal fala “ah, bota só cinquenta”. A maioria já está na expectativa, bota um pouco e diz que vai voltar mais tarde.

Luiz Corrêa, presidente do Sindmobi, entidade que representa motoristas que trabalham em aplicativos, avalia que a redução do preço da gasolina e também a alteração da política comercial da Petrobras, abandonando a paridade com as cotações internacionais, são positivas para a categoria:

— Tivemos um aumento absurdo nos combustíveis (nos últimos anos). Nosso principal custo são os combustíveis, se tiver uma boa redução, vamos conseguir melhorar um pouco nossos ganhos.