Gripe aviária: Butantan deu a largada na produção da vacina contra a infecção em humanos
O primeiro caso suspeito em humanos no Brasil foi confirmado ontem, dia 17; doença tem 50% de mortalidade
O Instituto Butantan, em São Paulo, começou a desenvolver uma vacina contra gripe aviária em humanos. As 3 cepas testadas vieram da Organização Mundial da Saúde (OMS) – duas variantes do H5N1 e uma do H8H1. O primeiro lote piloto está pronto.
Afora a larga experiência com imunizantes (o Butantan está entre os 15 maiores fabricantes de vacinas do planeta), o instituto tem a vantagem de já ter uma infraestrutura pronta para o desenvolvimento do produto.
— Usaremos a nossa fábrica da vacina de influenza, diz Esper Kallás, diretor do Butantan. O imunizante deverá ficar pronto já em um ano.
Na próxima semana integrantes do Ministério da Saúde irão se reunir com a direção do Instituto para definir os detalhes.
A doença
Ontem, dia 17, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso suspeito de gripe aviária em humanos do Brasil. O registro foi em Vitória. Trata-se de um homem de 61 anos, funcionário de um parque municipal da cidade.
Com sintomas gripais, o paciente está em isolamento e monitorado por equipes de saúde do município. Dois dias antes, o Ministério da Agricultura e Pecuária havia confirmado três aves contaminadas com o vírus no litoral capixaba. Mais 33 casos estão sendo monitorados no estado.
A transmissão da gripe aviária ocorre por meio de contato com aves doentes, vivas ou mortas. A letalidade da doença é de cerca de 50%. O vírus não infecta humanos com facilidade, mas o aumento de casos recentemente deixou as autoridades sanitárias do mundo todo em alerta.
Os sintomas são parecidos com os da gripe comum e geralmente começam a aparecer de dois a oito dias após o contato com o vírus. Os principais sintomas incluem: dor de garganta, febre acima de 38°C, dor no corpo, mal-estar geral, calafrios, fraqueza, dor abdominal, tosse seca, espirros e secreção nasal.
Segundo informações da OMS, a taxa de letalidade da doença é de 53%. De 2003 a 26 de janeiro de 2023, 868 casos humanos de infecção pela cepa H5N1 e 457 óbitos foram registrados em todo o mundo, em 21 países.