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Fã de "Impuros", Jean Marcel Gatti conquista o papel de bandido na quarta temporada da série

Na trama do Star+, o ator dá vida ao cruel Coisa Ruim, braço direito do líder da maior facção brasileira

Jean Marcel Gatti, ator - Vinícius Michizuki/Divulgação

O fluxo de produção dos serviços de streaming mudou o comportamento de muitos telespectadores. Com a aposta alta em séries, o público pode maratonar seus programas favoritos, na hora que quer. Para os atores, esse esquema traz um prazer a mais: a possibilidade de integrar o elenco de uma história que, há tempos, já acompanha. Foi o que aconteceu com Jean Marcel Gatti. Fã de “Impuros” desde a estreia, em 2018, ele poderá ser visto na quarta temporada, prevista para estrear em breve no Star+.

“Tinha acabado de assistir à terceira temporada e recebi o roteiro da próxima. Estava ansioso para saber o que iria acontecer e, quando estava lendo, me deparei com meu personagem. Parei, refleti e falei: ‘agora, faço parte disso’”, lembra Jean, que também estará na quinta leva de episódios de “Impuros”.

Na trama, ele dá vida a Coisa Ruim, grande estrategista e braço direito do líder da maior facção brasileira. “O nome assusta, mas é para isso mesmo que serve. Ele é vaidoso e fissurado em matar”, adianta o intérprete. Para construir o personagem, Jean adotou uma técnica que já pratica em outros trabalhos. “Tenho um caderninho e lá escrevo tudo o que crio e interpreto. Por ser palhaço, uso os meus defeitos a meu favor. Por exemplo, sou calvo. A partir disso, tive a ideia de levar para o set de gravação um pente e usei para pentear a minha calvície durante uma cena de ação. Hoje, o pente é a marca do Coisa Ruim”, conta.


A busca por referências, confessa, foi o mais complicado. Mesmo porque não daria para conhecer, de dentro, o submundo do crime. “Pesquisando, encontrei um cara chamado Fuminho, que é o braço direito do Marcola, líder do PCC. Assisti a entrevistas deles e de pessoas falando sobre eles. Daí, consegui extrair muitas coisas”, entrega ele, que já tinha feito um teste para a série quando recebeu o convite, mas era para outro papel e a resposta, na época, foi negativa.

“Impuros” contou com gravações no Uruguai, mas todas as cenas de Jean como o Coisa Ruim foram rodadas no Rio de Janeiro. Mesmo assim, ele acabou trabalhando com colegas estrangeiros. “O mais incrível foi contracenar com atores argentinos, como Michel Noher e Azul Fernández. Tenho fluência em espanhol e cheguei a propor que o Coisa Ruim falasse em espanhol com os personagens. Mas entramos em um consenso de que manteríamos o português”, conta Jean, que no final de abril começou a gravar “Matches”, série da Warner na qual interpreta um palhaço, e está no elenco do filme “Essa Noite Seremos Felizes”, com Othon Bastos e Bete Mendes, dirigido por Diego dos Anjos, sem previsão de estreia.

Durante as gravações de “Impuros”, duas sequências acabaram se tornando mais especiais para Jean. Uma aconteceu justamente em seu primeiro dia de gravação. “Teve muita ação e muito tiroteio e eu nunca tinha feito nada desse gênero. Foi uma cena bem complexa, porque o Coisa Ruim entrava matando geral”, recorda. Já a outra foi quando Jean conseguiu dividir o texto com Raphael Logam, protagonista da trama, que dá vida ao Evandro do Dendê, jovem de uma favela do Rio que se torna um dos maiores traficantes do Brasil e que lhe rendeu duas indicações ao Emmy Internacional. “Eu ainda não o conhecia. Lembro que era um texto imenso e interpretá-lo na frente do protagonista da série foi difícil. Estava muito ansioso, mas foi incrível. Raphael é um gênio e me ajudou muito”, derrete-se.