SAÚDE

Rita Lee revela em livro que fumava 3 maços; apenas 1 cigarro por dia já causa câncer, dizem médicos

Tabagismo é principal causa de câncer de pulmão, que vitimou a cantora

Cantora lamentou seu vício em cigarro e confessou ter chegado a fumar três maços e meio durante o período da pandemia de Covid-19 - Reprodução

Na nova autobiografia de Rita Lee lançada nesta segunda-feira (22), a cantora lamentou seu vício em cigarro e confessou ter chegado a fumar três maços e meio durante o período da pandemia de Covid-19. A cantora de 75 anos morreu no dia 9 de maio deste ano, vítima de um câncer de pulmão, diagnosticado em 2021. Especialistas afirmam que apenas um cigarro por dia já faz muito mal à saúde e pode, sim, desencadear tumores.

"A noia existencial e as notícias me faziam consumir três maços e meio por dia, daí batia a culpa por não estar me alimentando (…) 'Amanhã eu como', mentia pra mim mesma. E nessas virei uma caveira fumante, acendendo um cigarro depois do outro",escreveu a cantora.

Não há nenhuma quantidade de cigarros considerada "segura" para a saúde. O tabagismo é a principal causa do câncer de pulmão, doença que acometeu Rita Lee. Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco, afirma o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

"Nenhuma quantidade de tabaco pode ser considerada segura, muito pelo contrário. Costumo dizer que a liberação do tabagismo foi um erro histórico. Essa droga é muito prejudicial à saúde, causa vários tipos de câncer. Precisamos entender que o fumante, a partir do primeiro cigarro que ele coloca na boca, fica exposto a essas doenças", alerta Andréa Reis, coordenadora do Programa Nacional de Controle do Tabagismo.

Segundo o Inca, "o tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do tabaco estão relacionados ao desenvolvimento de aproximadamente 50 enfermidades, dentre as quais vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses)".

O cigarro está associado aos seguintes tipos de câncer, de acordo com o Inca:

O cigarro afeta o corpo de maneira uniforme, já que as substâncias existentes no tabaco, como a nicotina, entram na corrente sanguínea e se espalham pelo organismo. As toxinas do cigarro são capazes de alterar estruturas de DNA, aumentando os riscos de desenvolvimento de uma série de cânceres. No pulmão, a fumaça ainda destrói as estruturas responsáveis pela troca gasosa, provocando uma fibrose, comprometendo a elasticidade do tecido pulmonar.

De acordo com o cardiologista Roberto Kalil o cigarro aumenta em 30% o risco de infarto. Estudos científicos mostram que fumar gera uma série de mudanças no corpo apenas 30 minutos depois de usar o cigaro: a pressão arterial aumenta, assim como a frequência cardíaca; há liberação de radicais livres e uma disfunção da parede das artérias, prejudicando a cirgulação sanguínea.

Dados do Inca apontam que fumar aumenta o risco de desenvolver doença coronariana e de sofrer um acidente vascular cerebral em 2 a 4 vezes.