RACISMO NO FUTEBOL

Polícia prende três torcedores do Valencia que fizeram gestos racistas contra Vini Jr.

Vinícius Júnior foi chamado de "macaco" por torcedores do Valencia na derrota de 1-0 no domingo passado

Vini Jr. aponta para grupos de torcedores que gritaram xingamentos racistas para o brasileiro - Jose Jordan/AFP

A polícia espanhola anunciou, nesta terça-feira (23), a detenção em Valencia, no leste do país, de três suspeitos de proferir insultos racistas contra o atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, durante a partida de LaLiga no domingo entre o clube merengue e o Valencia.

"A polícia deteve três jovens em Valencia por comportamentos racistas ocorridos no domingo passado no jogo entre Valencia CF e Real Madrid", informou a Polícia Nacional, que abriu uma investigação após os acontecimentos que provocaram uma onda de indignação, na Espanha e no exterior.

Alvo frequente de ofensas racistas desde que chegou ao Real Madrid em 2018, Vinícius Júnior foi chamado de "macaco" por torcedores do Valencia na derrota de 1-0 no domingo passado.

Os ataques, denunciados pelo jogador e pelo Real Madrid, levaram a Procuradoria de Valencia a abrir uma investigação por suposto "crime de ódio", uma tipificação penal que inclui os crimes racistas na Espanha.

A Comissão Antiviolência, órgão vinculado ao Conselho Superior dos Esportes (CSD), anunciou na segunda-feira que estava examinando as imagens disponíveis para identificar os autores dos insultos e "propor as sanções correspondentes".

O novo ataque provocou muitas reações na Espanha, onde os atos de racismo nos estádios são denunciado há muitos anos por jogadores e associações que consideram que o problema não é levado a sério no país.

"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam", lamentou Vini Jr nas redes sociais após a partida.

"A primeira coisa é reconhecer que temos um problema de comportamento, de educação, de racismo", disse na segunda-feira o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, pediu "tolerância zero" ao racismo no futebol.