CPI do MST começa com bate-boca: "Quando parlamentares da esquerda falam tem silêncio"
Durante a leitura do plano de trabalho, deputados da oposição e da base governista trocaram farpas
A leitura do plano de trabalho da CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) terminou em confusão na Câmara dos Deputados. Durante fala, o titular do PL Capitão Alden (BA) afirmou que o movimento não é social, mas "terrorista".
— Para que nós possamos provar de uma vez por todas que esse movimento não cumpre seu fim social. Nessa investigação vamos trazer outros elementos que vão corroborar que digam que de fato o MST é um movimento terrorista.
A fala não agradou os aliados do presidente Lula (PT) que tentaram interromper a fala do deputado. A colega de bancada Caroline de Toni (PL-SC) pediu silêncio:
— Tem que respeitar a fala do deputado. Quando parlamentares da esquerda falam tem silêncio — disse a bolsonarista.
Após a leitura realizada pelo relator Ricardo Salles (PL-SP), o clima de confusão já havia sido instaurado. A lista de convocações foi criticada pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), da base aliada do governo que, inclusive, questionou o nome da CPI.
— Comissão parlamentar de inquérito destinada a investigar invasões de terra, crimes de patrimônio público. Distorceu completamente, sem nenhum pudor, o intuito real da CPI.
A deputada Gleisi Hoffmann também fez coro às críticas. O presidente Coronel Zucco, por sua vez, afirmou que a questão de ordem será atendida.