CPI do MST

Tapas na mesa e acusação de tortura: CPI do MST tem primeiro embate entre governistas e oposição

Valmir Assunção (PT-BA), que não se conformou com a fala do deputado Éder Mauro (PL-BA), que associou o Movimento dos Sem Terra a "marginalidade"

Bate-boca entre deputados na CPT do MST - Reprodução

A CPI do MST teve o seu primeiro embate entre governistas e oposição com pouco menos de uma hora do seus trabalhos, nesta terça-feira. O entrevero teve socos na mesa do plenário, dados pelo deputado Valmir Assunção (PT-BA), que não se conformou com a fala do deputado Éder Mauro (PL-BA), que associou o Movimento dos Sem Terra a "marginalidade".

Talita Petroni (PSOL-RJ) e Sâmia Bomfim também se manifestaran em repúdio à fala e citaram uma investigação envolvendo Éder Mauro por suposto crime de tortura. Entretanto, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou improcedente a acusação contra o parlamentar.

— São poucos os assentados que realmente produzem alguma coisa. Queremos levantar quem está à frente desses atos criminosos, dessa marginalidade que invade terras produtivas — afirmou Éder Mauro.

Inconformado, Assunção interrompeu a fala com socos na mesa e reafirmou que não iria assistir àquelas acusações de forma passiva.

— Sou deputado, não sou marginal. Você não vai generalizar — disse,

Ao reclamar da interrupção da sua fala, Éder Mauro foi acusado de "apoiar a tortura" por Talíria e Sâmia.

— Quem está acusando é quem apoia tortura — disse Sâmia. Talíria repetiu a fala da colega.

CPI começou nesta terça
A CPI do MST teve o início dos seus trabalhos nesta terça. Para esta quarta, está prevista a votação de 14 intimações para depoimentos na Câmara, que devem ser realizados ao longo das próximas semanas. Além disso, diligências em assentamentos invadidos por militantes do Movimento dos Sem Terra serão realizadas, ao longo dos próximos sete dias, em estados como São Paulo, Bahia e Mato Grosso do Sul, onde terras produtivas foram alvos da ação de ativistas em 2023.

De acordo com o presidente a CPI, o tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), os 14 depoimentos que serão votados nesta quarta compõem um total de 90 já protocolados, mas que serão submetidos a voto ao longo dos próximos meses. A ideia é criar um calendário que intercale nomes solicitados por governistas e oposicionistas.

— Apresentaremos o plano de trabalho da CPI e fizemos questão de, neste primeiro momento, contemplar as solicitações para depoimentos de nomes de todos os espectros políticos. Submeteremos os pedidos de diligências para votações, mas temos como certos os trabalhos em estados como Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde há denúncias claras de invasões irregulares a terras produtivas — detalha Zucco.