Ministro da Agricultura leva a Haddad proposta para aumentar recursos à produção agrícola
Fávaro demanda, no mínimo, valor próximo ao montante destinado em 2014, acima de R$ 10 bilhões
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, apresentou nesta quarta-feira ao Ministério da Fazenda uma proposta para o aumento de recursos destinados ao Plano Safra 2023/2024. Em conversa com jornalistas, apesar de não especificar valores, Fávaro disse que a demanda é pela equivalência ao montante destinado em 2014, ainda no governo Dilma.
— Demonstramos a necessidade de um plano safra mais robusto. Foi uma proposta com bem mais recursos do que em 2022. Em números nominais, no plano safra de 2014, as equalizações (de juros) ficaram em torno de R$ 11,6 bilhões. Quando olhamos para 2022 e 2023, o que compete ao ministério da Agricultura, ficou em torno de R$ 3,8 bilhões. O nosso pleito é na equivalência do que foi 2014, pelo menos — disse.
As chamadas equalizações funcionam como subsídio dado aos produtores brasileiros. Na prática, o Tesouro cobre a diferença entre a taxa de juros praticada no mercado e a taxa efetivamente paga pelo produtor em empréstimos. Ou seja, os juros do setor ficam menores do que os praticados com taxas livres.
Até o final do mês, o ministério da Fazenda deve apresentar uma contraproposta à pasta da agricultura, em relação aos valores destinados ao Plano Safra. Também na conversa com jornalistas, Carlos Fávaro afirmou que discutiu com Haddad formas de reduzir a dependência do custeio pelo Tesouro, “intensificando a busca de mecanismos” para aumentar o financiamento do mercado à agropecuária brasileira.
Nesta semana, em reunião com integrantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fávaro defendeu que produtores rurais brasileiros que adotam boas práticas no agronegócio tenham benefício bancário, com a obtenção de crédito com desconto. O plano safra de 2023/2024 deve ser anunciado entre o final de maio e início de junho.