Homem fotografado em gabinete pega mais de 4 anos de prisão por invasão do Capitólio
Barnett estava reclinado em uma cadeira com os pés apoiados na mesa do gabinete da então presidente da Câmara dos Representantes
Um homem do Arkansas que ficou imortalizado em uma foto com os pés sobre a mesa do gabinete da congressista democrata Nancy Pelosi durante a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos em 2021 foi sentenciado a quatro anos e meio de prisão nesta quarta-feira (24).
Em 6 de janeiro de 2021, Richard Barnett invadiu a sede do Congresso com milhares de partidários de Donald Trump enquanto os legisladores certificavam a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais.
Barnett estava reclinado em uma cadeira com os pés apoiados na mesa do gabinete da então presidente da Câmara dos Representantes quando foi fotografado pela AFP. A imagem viralizou e permitiu que a polícia o prendesse rapidamente.
Enquanto esteve no gabinete de Pelosi, escreveu um recado ofensivo para a congressista. "Deixei uma nota em sua mesa que diz: 'Nancy, Bigo esteve aqui, sua cadela'", contou aos jornalistas, usando seu apelido.
Em janeiro, um tribunal federal de Washington condenou Barnett, de 63 anos, por oito acusações, entre elas obstrução da certificação das eleições pelo Congresso, entrada ilegal no Capitólio e alteração da ordem pública com uma arma perigosa: um dispositivo elétrico paralisante disfarçado de bengala.
Os promotores haviam pedido ao juiz Christopher Cooper uma pena de sete anos de prisão.
No memorando da sentença, a acusação assinalou que Barnett não demonstrou nenhum arrependimento e que ele tinha "tentado tirar proveito de sua notoriedade e conduta criminal" ao vender "fotos autografadas de si mesmo no gabinete da presidente da Câmara".
A defesa do réu tinha solicitado ao juiz que impusesse uma sentença de 12 meses.
Barnett, descrito nos documentos do processo como um partidário da teoria da conspiração QAnon, defendeu suas ações como o exercício de seu direito constitucional a protestar.
Mais de mil pessoas foram presas por participação no ataque ao Capitólio. A maioria enfrenta acusações por entrar ilegalmente ou causar danos à propriedade, mas cerca de 350 foram acusadas de agressão a agentes da ordem ou resistência à prisão, e mais de 50 por crimes graves de conspiração.
O fundador da milícia de extrema direita Oath Keepers, Stewart Rhodes, foi declarado culpado de "sedição" - uma acusação pouco frequente e grave - em novembro, e será sentenciado nesta quinta.
Rhodes, um ex-soldado educado em Yale, tem 57 anos e os promotores pediram 25 anos de prisão para ele.
Rhodes não entrou pessoalmente no Capitólio, mas conduziu seus seguidores como um general no campo de batalha, segundo os promotores.