BRASIL

Ajufe diz que críticas de Dallagnol a ministro do TSE são "inadmissíveis ataques pessoais"

Deputado afirmou em entrevista que Benedito Gonçalves, relator do processo, "entregou sua cabeça" em troca da "perspectiva de fortalecer a candidatura ao Supremo"

O deputado cassado Deltan Dallagnol faz pronunciamento após derrota no TSE. Atrás dele, Eduardo Bolsonaro - Bruno Spada / Câmara dos Deputados

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) repudiou nesta quinta-feira as declarações do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) sobre o ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral, feitas em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Em nota, a Ajufe chamou as afirmações de Dallagnol de "inadmissíveis ataques pessoais a magistrados no cumprimento do seu dever constitucional de julgar".

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o deputado afirmou que os magistrados do TSE combinaram nos bastidores a decisão de retirar seu mandato e disse que Benedito Gonçalves, relator do processo, "entregou sua cabeça" em troca da "perspectiva de fortalecer a candidatura ao Supremo".

A Ajufe diz ainda na nota que a "legislação brasileira dispõe dos instrumentos processuais para se questionar qualquer decisão" e que "lançar ofensas descabidas e fazer ilações contra os magistrados só serve para alimentar narrativas e conjecturas desprovidas de fundamentação fática e jurídica".

Deltan, que foi coordenador da Lava-Jato, teve seu mandato de deputado federal cassado por unanimidade na última semana. Os ministros entenderam que Dallagnol deveria ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa por deixar o MP enquanto estava envolvido em processos administrativos.