ATOS GOLPISTAS

"Aqui não é delegacia de polícia": Otto Alencar pede silêncio a Marcos do Val e é aplaudido na CPI

Presidente interino da comissão dos ataques golpistas chama atenção de senador bolsonarista, que tentou interromper o colega Eduardo Girão e foi advertido

Os senadores Marcos do Val e Otto Alencar, durante a CPI do 8 de janeiro - Divulgação

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ataques Golpistas do 8 de janeiro começou com confusão provocada pelo senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES). Após seu pronunciamento, do Val tentou interromper a fala do colega Eduardo Girão (NOVO-CE). Neste momento, o presidente interino da comissão, Otto Alencar (PSD), pediu silêncio. Diante da insistência de do Val, Alencar subiu o tom:

Vossa excelência está sendo antiético, interrompendo o seu colega. Sei da sua procedência na polícia, aqui não é delegacia de polícia não, se mantenha calado. Se comporte como senador, o senhor não tem se comportado como senador em outras datas aqui afirmou Otto Alencar que foi aplaudido pelos presentes.

Minutos antes, o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a relatoria de Eliziane Gama, a quem considera "parcial" por sua amizade com o ministro da Justiça Flávio Dino, e foi rebatido pelo líder do PSD, Omar Aziz.

Em sua resposta, Aziz mencionou o plano de golpe que foi denunciado por Marcos do Val em fevereiro deste ano. Na ocasião, o bolsonarista veio ao público para dizer que teria sido chamado pelo ex-mandatário para colher provas contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

 

— A senadora Eliziane é uma senadora igual a todos nós. Eu também sou amigo de Dino e ministros de Lula. Assim como aqui tem pessoas amigas e parentes do ex-presidente Bolsonaro. Diferentemente de outros senadores que foram convidados para gravar ministro para dar um golpe, Eliziane não tem nada assim no currículo dela — disse Aziz.