MÚSICA

Simone 'está voltando' para Recife nesta sexta-feira (26)

Cantora baiana faz show da turnê "Tô Voltando" logo mais, no Teatro Guararapes

Simone, cantora - Lorena Diniz

Sobre a Simone Bittencourt, Cigarra, baiana, mulher e artista - ela continua a mesma "só que 50 anos mais velha, mas muito feliz e com muito tesão" - de estar logo mais no palco do Teatro Guarapes para celebrar junto ao público pernambucano cinco décadas de uma carreira que soa tenra e viçosa, como se ainda estivesse sob as esplendorosas décadas de 1970/1980 quando fincou sua morada na Música Popular Brasileira e dela nunca mais saiu.

Mesmo quando esteve ausente, por exemplo, no decorrer de quase uma década sem um disco de inéditas para voltar em "Da Gente" (2022), concebido desde a direção musical (Juliano Holanda) às faixas que o compõem por um emaranhado de sotaques 'da terra', entre eles os de PC Silva, Martins e Isabela Moraes. Foi a partir daí que a festa começou para se consolidar na turnê "Tô Voltando".
 

Crédito: Lorena Dniz

"Era um desejo antigo fazer esse álbum que é da nossa gente, do nosso povo, da nossa cultura, da nossa arte, da nossa capacidade de sobreviver. Desse Nordeste extraordinário na linguagem, na música, no tempero, nos ritmos, do sol, das cores, da criatividade, dos poetas e artistas pernambucanos, dos pensadores, das pessoas", contou Simone, em entrevista à Folha de Pernambuco.

Ela complementa adiantando que do álbum, "Haja Terapia" e "Boca em Brasa", ambas composições de Juliano Holanda, e a segunda também de Zélia Duncan, integram o repertório da noite de logo mais.

Ainda sobre a escolha do setlist da turnê, que tem direção musical de Pupillo e geral de Marcus Preto, Simone afirmou ter deixado muitas músicas que ama de fora.

"Tentamos fazer um roteiro que rebobinasse e trouxesse músicas emblemáticas de várias fases da minha carreira. Viu as fotos dos palitinhos de picolé? Você sabe que começamos com uma lista de mais de 50 músicas? Foram muitas madrugadas mexendo em palitinhos e tomando decisões, para chegar até aqui. Eu costumo anotar as músicas em palitinhos de picolé e aí vamos mexendo para montar o repertório", explicou a artista baiana, ao ser lembrada sobre uma postagem de Marcus Preto no Instagram, "reclamando", a partir de uma imagem em que dezenas de palitos de picolé enfileirados listava nomes de canções para o setlist dos shows.



"Preto diz que as preferidas dele ficaram de fora. Algumas minhas também", arrematou Simone, que no palco será acompanhada por Frederico Heliodoro (baixo), Filipe Coimbra (guitarra e violão), Chico Lira (teclados), Ronaldo Silva (bateria) e Vanderlei Silva (percussão). A apresentação no Recife também marca sua estreia com a Nascimento Música - empresa de seu amigo de toda vida, Milton Nascimento, administrada pelo filho dele, Augusto Nascimento.

Memórias renovadas
"Ao refazer os arranjos, reouvi gravações originais. E ainda lembro de cada música, como eu fiz e da maneira que foi feita. São coisas que carimbei. É fascinante fazer essa visita hoje, depois de um tempo enorme", ressaltou a baiana ao ser indagada sobre forçosamente voltar no tempo e rever emoções e sonoridades de outrora - para uma pessoa que, como ela própria atesta, "Vivo o agora, o hoje".

E de fato, Simone, 73, segue em diálogo com o presente e o futuro, em meio a 31 álbuns e seis ao vivo no decorrer de 50 anos de música.

 

Crédito: Reprodução/Instagram

"É querer estar sempre perto do frescor, não criar mofo, e estar aberta a novos conhecimentos", respondeu ela, que agrada a tantos ouvidos e 'gentes' para além das que envelheceram em seu mesmo tempo de vida e de obra, facetas que serão (re)contadas logo mais à noite, na "terra que me encanta, e a cidade vai tremer", promete ela, literalmente voltando pelas bandas de cá para encontrar o coreto de fãs pernambucanos armado.

Serviço
Simone - Turnê "Tô Voltando"

Quando: hoje 21h
Onde: Teatro Guararapes

Ingressos a partir de R$ 100 no Sympla e na bilheteria do teatro