RACISMO

PGR pede investigação de fala de Magno Malta sobre racismo sofrido por Vini Jr. na Espanha

Senador disse na terça-feira que visibilidade dada ao caso 'revitimiza' o jogador, e provocou: 'Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?'

Senador Magno Malta (PL-ES) - Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou nesta quinta-feira (25) que pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de um inquérito para investigar declarações do senador Magno Malta (PL-ES) sobre o episódio de racismo sofrido pelo jogador Vini Jr. durante uma partida do campeonato espanhol. Malta tem foro especial no STF.

Na terça, durante sessão da Comissão de Assuntos Econômicos, o senador disse que a repercussão do caso na imprensa está "revitimizando" Vini Jr., que foi chamado de "macaco" por torcedores espanhóis em um jogo do Real Madrid contra o Valencia.

— As emissoras ficam com esse assunto desde ontem reverberando, revitimizando ele, porque o assunto dá Ibope para eles ganharem mais patrocinadores — disse Malta. — É um assunto que eu não posso falar em público. Mas, quando o cara é picado de cobra, quando ele corre para tomar injeção, a injeção foi feita de quê? De cobra. Então, você só pode matar alguma coisa com o próprio veneno de alguma coisa. Então é o seguinte, cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco? O macaco está exposto.

Depois da repercussão negativa de sua declaração, o senador rebateu as críticas e disse que não vai ser intimidado.

— Ninguém vai me intimidar, sou um homem negro, pai de uma negra. Fiz uma analogia para defender Vini Jr. — afirmou mais cedo nesta quinta, na abertura da CPI dos Atos Golpistas.
 

Além do pedido da PGR, a bancada do PSOL na Câmara e o senador Fabiano Contarato (PT-ES) também pediram ao Supremo que investigue a fala de Malta, por verem nela conteúdo racista. O pedido de investigação feito por Contarato, o primeiro apresentado, já foi distribuído para a relatoria do ministro Nunes Marques.