MUNDO

Ex-policial é condenado a 35 anos de prisão por feminicídio da esposa no Equador

Mulher foi assassinada pelo então tenente dentro de uma academia de polícia

Germán Cáceres e a esposa, morta por ele em academia de polícia - Reprodução

Um ex-policial equatoriano foi condenado na quinta-feira (25) a 35 anos de prisão pelo feminicídio de sua esposa dentro de uma academia de polícia nos arredores de Quito, informou a Promotoria.

"Com base nas provas apresentadas e aceitando o pedido feito pelo Ministério Público, o Tribunal de Garantias Penais - por unanimidade - condenou (em primeira instância) Germán C. a uma pena máxima agravada de 34 anos e oito meses, como o autor direto do crime de feminicídio", disse o promotor em um comunicado.

O então tenente Germán Cáceres, afastado da Polícia após o crime registrado em setembro passado, assassinou sua esposa, a advogada María Belén Bernal, quando ela o visitou em uma escola de formação de policiais.

A mulher desapareceu após entrar no local e seu corpo foi encontrado dez dias depois em um morro próximo.

O caso, que rodou o mundo, emergiu como a nova bandeira na luta contra o feminicídio no Equador.

"O ex-policial também prestou depoimento na audiência de julgamento. Ele aceitou ter atentado contra a vida da esposa e, além disso, pediu desculpas à família da vítima, indicando que não teve a intenção de matá-la", disse o Ministério Público.

Outro tenente que ainda está polícia e que foi atingido pelo caso foi declarado inocente depois que os juízes encontraram "dúvida razoável se ele ouviu os gritos e pedidos de socorro da vítima, durante o serviço, a poucos metros da sala onde o crime foi cometido".

Detido em dezembro na Colômbia e entregue ao Equador, Cáceres também foi condenado a pagar 234.600 dólares (1,17 milhão de reais no câmbio atual) como reparação aos familiares da vítima, uma multa de 1.000 salários básicos (450 mil dólares, (2,2 milhões de reais) e fornecer terapia psicológica para a mãe e filho da vítima.

O fato levou à destituição do então ministro do Interior, Patricio Carrillo, que também ocupou o comando geral da Polícia.