Costa diz que governo atuará junto a Congresso para manter "políticas públicas" no local de origem
Fala do ministro Rui Costa foi após derrotas de Marina
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta sexta-feira que o governo federal vai atuar junto ao Congresso para que as "políticas públicas" permaneçam sob o comando das áreas que foram estipuladas pelo Executivo no início da gestão.
Nesta semana, a comissão do Congresso que analisou a medida provisória fez mudanças e deslocou, por exemplo, o controle do Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Ministério do Meio Ambiente para a pasta da gestão. A demarcação de terras indígenas também deixou o Ministério dos Povos Indígenas e passou para a alçada da Justiça.
Lula convocou uma reunião com Costa, as ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas), além do responsável pela articulação política, Alexandre Padilha, e lideranças do Congresso.
-- Vamos trabalhar no Congresso para a essência das políticas publicas permaneça como na origem -- afirmou Rui Costa. -- Presidente chamou para que a gente fizesse uma avaliação da votação na comissão da MP da estrutura e, feita a avaliação. a gente precisa reafirmar a prerrogativa de quem ganhou a eleição e de quem ganhou a implementação de um projeto político
Rui estava acompanhado do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), e pelo líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães.
As declarações foram dadas no Palácio do Planalto, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ministra Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Povos Indígenas). As duas pastas foram as mais afetadas pelas mudanças feitas pelo Centrão na estrutura de governo montada por Lula. A desidratação das pastas desagradou as ministras e gerou um desgaste político para o governo.
Também participaram da reunião os ministros Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), o líder do Governo no Congresso Nacional, Senador Randolfe Rodrigues, o líder do Governo no Senado Federal, Senador Jaques Wagner e o líder do Governo na Câmara dos Deputados, Deputado José Guimarães.
Fontes palacianas afirmaram que Lula convocou a reunião para fazer um afago às ministras e reafirmar o compromisso com as pautas tocadas pelos ministérios.
O Planalto já aceita que não conseguirá reverter a totalidade das mudanças feitas pelo Centrão na MP que cria a nova esplanada de Lula, mas vê espaço de diálogo para mudar alguns pontos até a votação da medida em plenário.
A possibilidade de vetar trechos da MP e de endurecer as negociações também não estão na mesa. A avaliação é que o Congresso Nacional pode deixar o texto caducar e, com isso, Lula será obrigado a conviver com as estruturas ministeriais montadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro por pelo menos mais um ano. Somente após esse prazo, o petista poderia mandar uma nova MP sobre o assunto ao Congresso.
Como mostrou a colunista do Globo Malu Gaspar, ministros palacianos de Lula já trabalham para atenuar a desidratação e a saída encontrada até agora é promover uma "guarda compartilhada" entre as pastas que perderam atribuições e as que herdaram essas funções.
Por essa alternativa, a Presidência da República deve editar decretos devolvendo órgãos e atribuições retiradas dos ministérios que perderam poder depois que o Congresso modificou a medida provisória que reorganizou a estrutura do governo Lula.
O relatório final da MP da reorganização da Esplanada, de autoria do deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), tirou do MMA o controle sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que ficará sob a tutela do Ministério da Gestão, de Esther Dweck, e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que ficará com a pasta do Desenvolvimento Regional, do ministro Waldez Góes.