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Lula e Papa falam por telefone sobre combate à pobreza e paz mundial

Conversa, que presidente anunciou pelas redes sociais está prevista para acontecer às 10h; na terça (30), Lula recebeu líderes sul-americanos em Brasília

Lula e o Papa Francisco - Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai conversar por telefone com o Papa Francisco na manhã desta quarta-feira (31). Os dois vão conversar sobre o combate à pobreza e a paz no mundo.

A ligação, segundo a agenda oficial de Lula, está prevista para acontecer às 10h. Pelas redes sociais, Lula também confirmou a conversa ao falar sobre a sua agenda do dia.

"Ontem recebemos todos os países da América do Sul no Brasil para um encontro importante e que não acontecia há muitos anos entre nós. Hoje seguimos trabalhando. Terei uma reunião com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e conversarei com o Papa Francisco sobre a paz no mundo e o combate à desigualdade e à pobreza. Almoço com a Aeronáutica e à tarde me reúno com Marina Silva", escreveu Lula.

Esse é o primeiro contato entre os dois desde que Lula assumiu o Palácio do Planalto. Em 2020, após Lula deixar a prisão, o pontífice e o então ex-presidente se encontraram no Vaticano para uma reunião privada onde dicutiram sobre o combate à pobreza, pauta de peso para a agenda de Francisco e Lula.

Defesa da Paz
Em suas agendas internacionais, Lula tem falado sobre a necessidade de unir países que não estejam envolvidos com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia para discutir caminhos para a paz. O presidente também tem criticado os dois países por não estarem dispostos neste momento em negociar o fim da guerra.

"Só é possível discutir a paz quando o Zelensky e o Putin quiserem discutir a paz. Não é possível construir uma proposta em guerra. Queremos que primeiro pare os ataques e depois a gente encontre uma saída negociada."

No encerramento de sua participação no G7, no Japão, Lula condenou a violação territorial da Ucrânia e afirmou que tem "repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz". O presidente disse ainda que seu "medo" é a "possibilidade de uma guerra mais feroz, com arma mais poderosa".

"Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Ao mesmo tempo, a cada dia em que os combates prosseguem, aumentam o sofrimento humano, a perda de vidas e a destruição de lares. Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz" disse Lula.

Outras agendas
O presidente ainda receberá o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para uma reunião no Palácio do Planalto, pela manhã. Ontem, Petro participou da cúpula com presidentes sul-americanos promovida por Lula no Palácio do Itamaraty para buscar caminhos de união e fortalecimento da região.

Há, ainda, um almoço previsto com o comando da Aeronáutica. Desde que assumiu o mandato, Lula tem marcado encontros do tipo para estabelecer pontes com os militares. Ele já esteve, por exemplo, no Quartel General do Exército para um almoço com o Alto Comando e já se reuniu também para uma almoço com almirantes da Marinha.

Na parte da tarde, Lula vai se reunir com a ministra do meio ambiente, Marina Silva, que está no foco de mais uma tensão entre governo e Congresso. O relatório do deputado Isnaldo Bullhões (MDB-AL), aprovado em comissão especial na última quarta-feira, alterou o desenho original reestruturação da Esplanada feita por Lula e enfraqueceu as atribuições dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.

Na terça-feira (30), o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o governo vai defender a aprovação da Medida Provisória de Reestruturação dos Ministérios da forma como está, embora admita que “não é o relatório ideal” para o governo.

A MP ainda precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até o dia 1º de junho, quando perde sua validade. Caso isso não ocorra, a esplanada voltará a ter a estrutura montada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e Lula só poderá propor alterações no próximo ano.