Lula convida Papa Francisco para visitar o Brasil
Conversa, que presidente anunciou pelas redes sociais, ocorreu nesta quarta-feira (31)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o Papa Francisco na manhã desta quarta-feira (31). O presidente agradeceu a atuação do papa pela paz na Ucrânia e pelo combate à pobreza, de acordo com nota do Palácio do Planalto.
"O presidente falou do esforço de retomar no Brasil o combate à pobreza e à fome, e convidou o Santo Padre para fazer uma visita ao país. O Papa Francisco ficou de analisar o convite e a possibilidade de uma visita papal", afirma o governo.
Esse é o primeiro contato entre os dois desde que Lula assumiu o Palácio do Planalto. Em 2020, após Lula deixar a prisão, o pontífice e o então ex-presidente se encontraram no Vaticano para uma reunião privada onde dicutiram sobre o combate à pobreza, pauta de peso para a agenda de Francisco e Lula.
Defesa da Paz
Em suas agendas internacionais, Lula tem falado sobre a necessidade de unir países que não estejam envolvidos com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia para discutir caminhos para a paz. O presidente também tem criticado os dois países por não estarem dispostos neste momento em negociar o fim da guerra.
— Só é possível discutir a paz quando o Zelensky e o Putin quiserem discutir a paz. Não é possível construir uma proposta em guerra. Queremos que primeiro pare os ataques e depois a gente encontre uma saída negociada.
No encerramento de sua participação no G7, no Japão, Lula condenou a violação territorial da Ucrânia e afirmou que tem "repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz". O presidente disse ainda que seu "medo" é a "possibilidade de uma guerra mais feroz, com arma mais poderosa".
— Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Ao mesmo tempo, a cada dia em que os combates prosseguem, aumentam o sofrimento humano, a perda de vidas e a destruição de lares. Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz — disse Lula.
Outras agendas
O presidente ainda recebeu o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para uma reunião no Palácio do Planalto, pela manhã. Ontem, Petro participou da cúpula com presidentes sul-americanos promovida por Lula no Palácio do Itamaraty para buscar caminhos de união e fortalecimento da região.
Há, ainda, um almoço previsto com o comando da Aeronáutica. Desde que assumiu o mandato, Lula tem marcado encontros do tipo para estabelecer pontes com os militares. Ele já esteve, por exemplo, no Quartel General do Exército para um almoço com o Alto Comando e já se reuniu também para uma almoço com almirantes da Marinha.
Na parte da tarde, Lula vai se reunir com a ministra do meio ambiente, Marina Silva, que está no foco de mais uma tensão entre governo e Congresso. O relatório do deputado Isnaldo Bullhões (MDB-AL), aprovado em comissão especial na última quarta-feira, alterou o desenho original reestruturação da Esplanada feita por Lula e enfraqueceu as atribuições dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
Nesta terça-feira, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o governo vai defender a aprovação da Medida Provisória de Reestruturação dos Ministérios da forma como está, embora admita que “não é o relatório ideal” para o governo.
A MP ainda precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até o dia 1º de junho, quando perde sua validade. Caso isso não ocorra, a esplanada voltará a ter a estrutura montada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e Lula só poderá propor alterações no próximo ano.